As doenças respiratórias representam a principal causa de internação de crianças e adolescentes na cidade de São Paulo. Um levantamento do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), sob gestão do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), identificou os vírus causadores dessas doenças. Embora os tipos de vírus em circulação possam variar de ano a ano, desde o período pós-pandêmico os de maior predominância observados foram rinovírus, bocavírus, adenovírus, influenza e vírus sincicial respiratório.
A coleta desse material é feita aleatoriamente, uma vez por semana ao longo de um ano, encaminhada para análise laboratorial, identificação e classificação do tipo ou subtipo de vírus respiratório e, posteriormente, notificada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“A nossa expertise nos tornou referência no tratamento de crianças e adolescentes com síndrome respiratória aguda em todo o município de São Paulo. O monitoramento epidemiológico que fazemos possibilita a implementação de estratégias sanitárias para quebrar a cadeia de transmissão”, explica Dr. Antônio Carlos Madeira de Arruda, superintendente médico do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus.
Unidade Sentinela
O HMIMJ é a única unidade hospitalar pediátrica, vinculada à Secretaria Municipal da Saúde da cidade de São Paulo, a fazer parte do rol de hospitais do programa nacional de identificação e notificação de síndromes respiratórias. Desde 2005, é habilitado como Unidade Sentinela de Síndrome Gripal, sendo uma importante fonte de informação de dados epidemiológicos, análise e notificação de casos de doenças infecciosas.
As análises de todos os materiais coletados no HMIMJ, junto a outras unidades hospitalares que integram o Projeto Sentinela, criado pela ANVISA, subsidiam o planejamento e o desenvolvimento de vacinas contra influenza, assim como a adequação de protocolos de tratamento que irão compor o calendário vacinal do ano seguinte, que é feita para todo território nacional.
“O objetivo é captar dados que permitam monitorar a circulação de vírus, a proporção de atendimentos ao longo do ano em nossa unidade de pronto-socorro, identificar as variações e sazonalidade das cepas. Observar essas variações é muito importante para que possamos agir antecipadamente e de forma mais assertiva”, finaliza Dr. Madeira.