No dia 1 de dezembro uma importante reunião organizada pelo movimento Frente pela Vida com a equipe de transição do governo federal para a saúde que se deu na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília (DF). A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) foi convidada para participar, representada por seu atual presidente o médico, Douglas Crispim, junto com mais de 60 participantes de diversas organizações. Os Cuidados Paliativos tiveram voz, sendo uma das 20 pautas que apresentaram sugestões e propostas ao novo governo.
Durante o evento, Douglas destacou que apesar de muito discutido no país, o tema possui uma resolução favorável, aprovada em 2018, e ainda não se tornou uma política pública. Com isso, milhares de pessoas em todo o país, especialmente a parcela mais pobre da população, segue vivendo em grande sofrimento e com baixa disponibilidade de serviços, medicamentos básicos para a dor ou suporte ao luto e sofrimento de suas famílias.
Na reunião, diversas autoridades do novo governo ouviram as propostas e, segundo o ex-ministro e atual membro do grupo técnico de transição, Arthur Chioro, “este tema é muito relevante e deve ser parte dos projetos para o próximo ministério”. Em caráter de coleta de sugestões e propostas, na reunião a ANCP entregou um ofício. Além disso, foram entregues 8 documentos oficiais da instituição que embasam cientificamente a necessidade urgente de uma política nacional na área. “Apesar de iniciativas na área de educação e de ações na atenção primária e atenção domiciliar, a realidade é que sem um eixo central de cuidado, seguiremos com a maior parte dos pacientes e colegas desamparados”, justificou Crispim.
A ANCP também apoia o envolvimento da sociedade por meio dos conselhos de saúde, a retomada imediata da construção da política nacional de Cuidados Paliativos, a criação de uma coordenadoria ou secretaria de Cuidados Paliativos no novo ministério, ações para implementação efetiva nas universidades, valorização profissional, apoio ao luto, apoio a programas de dor e outros sintomas. Ainda na sede da OPAS, o tema recebeu apoio de outras autoridades e organizações.
O atual presidente da ANCP encerrou sua participação na reunião frisando que sem a devida atenção, até mesmo o Sistema Único de Saúde (SUS) está ameaçado. “Todos iremos precisar deste cuidado, independente de classe social. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas (ONU) consideram uma urgência de saúde pública mundial, que pode comprometer a própria sobrevivência do SUS, que sofre com desperdício.