O que significa ter acesso a um sistema de saúde de qualidade? Muitos simplesmente garantem que tudo depende da proximidade da casa a uma clínica ou hospital ou, ao contrário, de adquirir um plano de saúde que ofereça ampla cobertura, independentemente da posição socioeconômica. A realidade é que os fatores acima não são diretamente proporcionais à qualidade da assistência médica.
A partir desta lógica, surgem outras variáveis para que os cidadãos possam usufruir de um sistema abrangente onde existam verdadeiras garantias: pessoal suficiente para cuidar de todos os pacientes, médicos com as ferramentas adequadas para tratá-los, alinhamento de protocolos, identificação dos riscos associados aos cuidados médicos, administração de medicamentos entre muitos outros. E, para isso, a tecnologia desempenha um papel fundamental.
No caso do Brasil, a crise gerada pelo Covid-19 demonstrou a relevância das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) para a prestação de bons serviços e acelerou o investimento de recursos para esse fim. Até dezembro de 2022, 30 milhões de brasileiros devem buscar consultas via telemedicina, segundo estimativa da Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e de Saúde Digital (Saúde Digital Brasil) feita com base nos atendimentos já realizados este ano.
Por isso, é importante pensar em soluções tecnológicas para melhorar a carga operacional do setor de saúde, a fim de também evitar situações que atrasem ao máximo o trabalho da classe médica. Um exemplo desse cenário é que a equipe administrativa dos hospitais latino-americanos está sobrecarregada e as equipes perdem um tempo valioso em tarefas básicas como faturamento, localização de funcionários e informações sobre pacientes ou medicamentos; Todas essas são funções operacionais que dificultam substancialmente o acesso a cuidados de saúde de qualidade.
As melhorias podem ser alcançadas por meio de dispositivos móveis ou tablets de propriedade da instituição (e não pessoais) para médicos, enfermeiros e funcionários administrativos, para que possam se comunicar facilmente e acessar informações, em qualquer lugar, com a garantia de que os dados do paciente estão seguros. Esses dispositivos, que proporcionam mobilidade clínica (o uso de dispositivos móveis pelos profissionais de saúde no ponto de atendimento), permitem aumentar a produtividade, eficiência e aliviar cargas, pontos-chave para melhorar o sistema desde a base.
Da mesma forma, a interoperabilidade permite o acesso a informações sobre os processos clínicos realizados recentemente no paciente e seu histórico, bem como o fornecimento dos medicamentos corretos. Com computadores móveis devidamente conectados, além de agregar informações em tempo real, também será possível escanear cartões ou pulseiras para identificação do paciente e realizar revisões rápidas, a fim de elaborar planos de ação imediatos, o que não poderia ser feito tão facilmente com documentos manuscritos.
Além disso, por meio da identificação por radiofrequência (RFID), em questão de segundos a pessoa pode ver quais medicamentos estão disponíveis, saber onde estão com precisão e verificar se não estão vencidos.
Tudo isso nos mostra que a saúde inclui aspectos que vão além da acessibilidade, localização ou velocidade. É necessário considerar diversos fatores que influenciam diretamente no atendimento ao usuário. É aqui que a tecnologia desempenha um papel muito importante na garantia da eficácia da prestação dos serviços de saúde, que exige processos mais confiáveis de acesso a informação, que agilize as tarefas, proporcione todo o conforto técnico e o mais importante: ajude a reduzir os erros manuais que podem, em alguns casos, representar graves consequências.
Andrés Ávila é Gerente Regional de Marketing para Varejo e Saúde da Zebra Technologies