Amamentar traz inúmeros benefícios para a mãe e o bebê, como aumento da conexão entre ambos, além de reduzir cólicas e fortalecer o sistema imunológico do recém-nascido. Ainda sobre isso, o leite materno é prático, econômico, já vem na temperatura ideal e é de graça. Além de estar disponível para alimentar o bebê sempre que seja necessário. Nenhum outro tipo de leite substitui o aleitamento materno. É recomendado que o bebê seja alimentado exclusivamente com o leite materno até os seis meses de vida, após esse período, pode acrescentar outros alimentos recomendados por pediatras ou nutricionistas, no entanto, é importante manter o bebê amamentando até os dois anos, conforme orientação do Ministério da Saúde (MS).
Um ato tão importante para a mãe e o bebê, sem a orientação correta pode virar um pesadelo. Como o que aconteceu com a estrategista digital, Milene Farias, mãe do Davi Lucca de dez meses. “Na hora de amamentar você simplesmente acha que é pegar a criança e colocar no seio. Tudo lindo! Só que não! Existe uma forma certa de direcionar o peito para amamentar, uma forma que não te machuca, mas você não sabe disso e o resultado é uma dor insuportável que te faz chorar e gritar de dor. Eu tinha crise de ansiedade quando chegava na hora de amamentar. Lembro que mordia a gola da camisa com toda a minha força e chorava compulsivamente enquanto aguentava aquela dor horrível. E isso durou quatro dias com toda a intensidade que eu poderia suportar”, relata Milene Farias sobre o que passou nos primeiros dias de vida do Davi Lucca.
Para evitar todo esse sofrimento, as mães que tem seus bebês no Hospital Estadual da Mulher (Hemu), em Goiânia, são orientadas antes e depois de ganhar o bebê sobre a forma correta de amamentar. Essa ação tem como objetivo evitar todo esse pesadelo como o vivido pela Milene Farias. O Banco de Leite Humano do Hemu, funciona de segunda-feira à sexta-feira, das 8h às 17h, em um prédio anexo ao Hemu, e presta orientação a qualquer mãe que esteja com dificuldade e precisa de ajuda para amamentar.
Já para as mães que tem seus bebês no Hemu, há um posto exclusivo de atendimento próximo as enfermarias e com profissional especializada para orientar essas mães desde as primeiras horas de vida do bebê. Como explica a coordenadora do BLH, Renata Machado Leles.
“A mãe chega precisando de aconselhamento e orientação sobre amamentação, e é o que a gente faz. Em seguida, caso ela tenha leite em excesso, é convidada a fazer a doação desse excesso”, explica Renata Machado Leles, coordenadora do BLH/HEMU. “Mesmo em casa, a mãe liga e se informa. Se está com a amamentação estabelecida, ela mesma nos procura para doar o excesso”, continua. “O leite é então pasteurizado, passa por um controle de qualidade e é fornecido a bebês prematuros, de baixo peso, internados na UTI neonatal”, acrescenta Renata, que é farmacêutica e bioquímica.
Banco de Leite Humano (BLH) do Hemu
O BLH disponibiliza leite humano para recém-nascidos prematuros e de baixo peso para estimular o aleitamento materno. O banco é abastecido com doações de mães com excedente de leite, que podem realizar a doação no próprio local ou em recipientes entregues no local. O Banco de Leite Humano ainda conta com a parceria do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás que cede uma viatura e duas bombeiras para a busca domiciliar do leite materno, que é doado. Em 2022, o BLH realizou 11.445 atendimentos e coletou 1.840 frascos de leite.