SP tem mais de 11 mil atendimentos por endometriose e 2,3 mil internações em 2022

Somente em 2022, foram registrados mais de 11 mil procedimentos ambulatoriais de pacientes com endometriose no estado de São Paulo, e mais de 2,3 mil internações por complicações da doença, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-SP). O que leva essas mulheres ao hospital, muitas vezes, são dores agudas e sem melhora com o uso de analgésicos, o que chama a atenção para a necessidade de um diagnóstico precoce e esclarecimento.

A endometriose é uma doença crônica inflamatória caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, geralmente nos ovários, trompas de falópio ou outras estruturas pélvicas. Ela afeta cerca de 10% das brasileiras em idade reprodutiva e tem diversas implicações no corpo da mulher. O diagnóstico tardio é um dos principais fatores para o agravamento dos casos, que podem ser assintomáticos, leves ou dolorosos o suficiente para visitas regulares à emergência.

“É comum que sintomas como as cólicas sejam normalizados, mas não devem ser. O primeiro passo é buscar um especialista, pois a doença pode atingir níveis graves, como a endometriose profunda, se não houver o tratamento adequado”, explica o ginecologista Patrick Bellelis, colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Para evitar o agravamento da doença, o ideal é ter acompanhamento constante de um especialista. Em alguns casos, além do uso de medicamentos para alívio da dor, é possível realizar um procedimento cirúrgico, como a laparoscopia, que reduz a inflamação e restaura o funcionamento regular dos órgãos pélvicos.

“Além de um ginecologista, o acompanhamento multidisciplinar, como fisioterapia, nutrição e psicológico, também pode auxiliar a mulher na jornada de convivência com a endometriose. Todas essas especialidades se relacionam direta ou indiretamente com o bem-estar reprodutivo”, complementa o especialista.

O ginecologista também pontua que não existem formas de evitar a doença, por isso, o cuidado com a saúde íntima deve ser prioridade para as mulheres. No caso da endometriose, o diagnóstico precoce pode auxiliar no controle da doença e proporcionar qualidade de vida.

Redação

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