Artigo – O impacto da gestão eficiente na qualidade do serviço hospitalar

O setor de saúde brasileiro iniciou 2023 em meio à crise econômica, o que tem sobrecarregado os custos dos hospitais. Os dados do Observatório 2023, feito pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), indicam que houve redução na receita por parte das operadoras de 91% (2018) para 83,4% (2022). O cenário ocorre após três anos de pandemia de Covid-19, período que gerou altos gastos para o setor. Os planos de saúde, por sua vez, negociam novos prazos junto a laboratórios e hospitais, e descontos em pagamentos que podem chegar a 30%. A taxa de sinistralidade chegou a 90,17% no terceiro trimestre de 2022, tornando-se a maior desde 2012. Ao mesmo tempo, o compromisso dos hospitais segue sendo a melhor entrega de cuidado aos pacientes.

Diante dessa realidade, a contenção de custos operacionais é uma necessidade, mas deve ser pensada de forma que não impacte na qualidade do serviço prestado. Um caminho para isso é melhorar a gestão de logística e estoque, principalmente em cenários em que o espaço físico é limitado. A qualidade oferecida aos pacientes em hospitais, na busca pela excelência, precisa considerar questões que são essenciais, como o armazenamento de medicamentos e insumos médico-hospitalares.

Sabe-se que a gestão hospitalar é complexa e um caminho para as instituições alcançarem melhores indicadores financeiros e assistenciais, é focar no seu core business. A estratégia de terceirizar a operação e gestão logística para um parceiro especializado tem ganhado cada vez mais força e tem se mostrado muito bem-sucedida.

O Grupo Elfa possui a opção de serviço em que passa a ser a responsável pela gestão de estoque dos hospitais. Um bom exemplo de execução é a parceria entre o Grupo e o Hospital Sírio-Libanês. Apesar de já contar com as atividades logísticas da empresa, o HSL se encontrava em cenário de crescimento, tornando o armazenamento algo desafiador, uma vez que a distribuição incluía vários andares e dificultava o acompanhamento e gerenciamento do estoque, composto por mais de 1.400 produtos com diferentes características e comprados de diversos fornecedores.

Com a terceirização da gestão logística, os produtos são estocados em um único centro de distribuição, fora da área hospitalar, com a garantia de que a entrega de insumos e medicamentos seja feita sob demanda e no prazo. Isso promoveu ganhos operacionais por meio da sinergia entre as partes envolvidas, uma vez que a mesma empresa passa a operar todo o processo logístico, desde o recebimento de fornecedores, gestão de estoque, separação dos itens e até a montagem dos kits para envio diário dos produtos diretamente para o local de consumo do hospital.

A eficiência logística é implementada de forma estratégica e inteligente, resultando em ganhos significativos. No exemplo mencionado, a empresa estima uma economia de tempo e custos com processos de recebimento de compras e de manipulação de estoque superior a 50% em 12 meses. A terceirização logística também permitiu uma redução significativa nos níveis de estoque, a gestão eficiente da validade dos produtos e a redução do volume de recebimento de fornecedores nas docas do centro hospitalar.

A qualidade do serviço alcançado pelo Sírio-Libanês é resultado de um trabalho em conjunto, a partir de soluções customizadas e desenvolvidas pelo Grupo Elfa com base na experiência do cliente e tecnologia de ponta. O setor de logística em saúde ganha ao se mostrar estratégico para os negócios e as empresas ganham em redução de custos e com a oportunidade de se dedicarem cada vez mais ao atendimento aos pacientes.

Bruno Zanni é Diretor Executivo do Grupo Elfa para a BU de Serviços Logísticos

Redação

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