Inovação é parte intrínseca do setor da saúde. Ao longo da história, o segmento foi marcado pela incorporação de uma série de descobertas e avanços da ciência, beneficiando a vida de milhões de pessoas. E nos últimos anos, o setor segue em busca de caminhos para aprimorar sua atuação, e a tecnologia tem sido peça-chave para reinventar e superar diferente obstáculos da atualidade, que englobam desde desafios remanescentes da pandemia de Covid-19, até os novos estilos de vida da população e questões econômicas, como a alta da inflação, o preço elevado de insumos e a alta sinistralidade para as operadoras.
Por isso temos observado o setor dedicando especial atenção ao investimento em Pesquisa e Desenvolvimento. Com um novo ano batendo à porta, estar atento às últimas tendências e os possíveis caminhos para garantir um futuro promissor para o setor da saúde é fundamental para a sustentabilidade deste mercado.
Um dos temas que tem ganhado espaço nos fóruns de debate é a Saúde 4.0, que representa o um modelo que busca desenvolver e integrar ferramentas de tecnologias da informação (TI) ao campo da saúde. Esta é, sem dúvidas, uma das principais tendências no curto e longo prazo para o segmento. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), esta quarta revolução industrial do setor da saúde tem três objetivos principais: contribuir com a elaboração de políticas públicas de saúde; facilitar a atuação dos profissionais de saúde para garantir melhor atendimento aos pacientes; e aprimorar as condições de saúde e bem-estar da população, tanto no que diz respeito à equidade e acessibilidade.
Ciente dos obstáculos e problemas que o Brasil ainda enfrenta quando o assunto é digitalização, diferentes agentes do ecossistema da saúde têm se mobilizado em prol de uma modernização do setor, promovendo iniciativas como a criação de políticas públicas, a formação de hubs para o fomento a inovação no país e o investimento em pesquisa. Assim, vale ficar atento aos movimentos do setor nos próximos anos, afinal a tecnologia deve continuar a ser pauta em diferentes esferas.
Outra tendência que segue forte para 2024 é o uso dos dados de forma inteligente e estratégica. Conforme a digitalização avança na rotina das instituições, mais informações são coletadas de maneira integrada e digital, gerando uma grande oportunidade para alcançar um diferencial competitivo. Ferramentas avançadas de análise de dados, como business analytics, big data, data lakes e Inteligência Artificial, são importantes investimentos para quem quer obter insights valiosos para a operação.
Porém, levando em conta o enorme volume de dados sensíveis que transitam nas instituições de saúde, é indispensável atuar com os dados de maneira responsável e legal, em conformidade com a Lei Geral da Proteção de Dados. Por isso, é preciso estar atento para adotar sistemas atualizados e munidos de mecanismos de segurança.
E com o avanço da digitalização do setor, a jornada do paciente também precisa se tornar cada vez mais digital, sem deixar de ser humana. É importante que as instituições estejam preparadas para atender a um paciente cada vez mais conectado, proporcionando um atendimento de qualidade em todos os pontos de contato com ele. O avanço do 5G inclusive é um fator que deve apoiar a expansão da saúde no país, chegando a regiões que historicamente têm mais dificuldade de conexão.
O uso de tecnologia na Saúde não é uma opção, é uma realidade. Ferramentas tecnológicas de gestão têm o potencial de aumentar a capacidade de atendimento das instituições e otimizar a jornada do paciente. Ainda há muito espaço para avançar, claro, especialmente quando se trata de ampliar o acesso e garantir que todos possam colher os frutos dessa revolução. Mas ao invés de cultivar receios, em 2024 inspire-se e encoraje-se a ver como a inovação tecnológica pode revolucionar o setor, tornando-o mais acessível e eficaz.
Rogério Pires é diretor de produtos de Saúde da TOTVS
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