No começo do século XX, a expectativa de vida de quem nascia na Europa girava em torno de 40 anos. De acordo com o censo demográfico do Brasil de 1920, realizado pela Diretoria Geral de Estatísticas, vinculada ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, no país essa projeção era de 34,5 anos. Portanto, vemos que em países desenvolvidos esse número era um pouco maior, mas ainda muito distante do que vemos hoje: atualmente, de acordo com dados da ONU, a média global já ultrapassa os 72 anos, com muitos países superando os 80 anos.
Mas essa evolução não aconteceu por acaso. Entre outros fatores, o avanço da tecnologia na saúde ao longo das décadas foi muito importante para aumentar a longevidade e melhorar a qualidade de vida da população, proporcionando diagnósticos mais precisos, tratamentos mais eficazes e prevenção de doenças em um nível nunca antes visto. Com o desenvolvimento de vacinas que erradicaram doenças, como a varíola, e a aplicação da inteligência artificial para a detecção precoce de câncer, a inovação tecnológica tem sido essencial para a transformação da medicina e, consequentemente, da saúde como um todo.
Nesse cenário, as empresas de tecnologia com soluções voltadas para esse mercado têm sido fundamentais, pois, além de contribuírem para o progresso do setor no sentido de oferecer novos tratamentos e remédios, também têm ajudado exponencialmente a aumentar a expectativa de vida. No Brasil, temos a Dasa, que investe em inteligência artificial para aprimorar diagnósticos laboratoriais e por imagem, garantindo mais precisão e agilidade nos exames.
Já o Grupo Fleury, referência em medicina diagnóstica, tem incorporado novas tecnologias para personalizar tratamentos e facilitar o acesso a exames avançados, enquanto a Totvs, empresa nacional de tecnologia, desenvolve soluções de gestão para hospitais e clínicas, otimizando processos e melhorando o atendimento aos pacientes. A nível global, a Apple tem investido pesadamente na área de monitoramento de saúde, com dispositivos como o Apple Watch, que identifica arritmias cardíacas e monitora níveis de oxigenação no sangue.
Além disso, a telemedicina tem se popularizado cada vez mais, tornando possível a realização de consultas médicas de forma remota, o que agiliza os atendimentos e reduz a sobrecarga dos sistemas de saúde.
Olhando para o futuro, tudo indica que a expectativa de vida deve continuar crescendo, e problemas que até então eram considerados muito complexos e até irreversíveis poderão ser resolvidos por meio de tecnologias como IA e big data que prometem, entre outras coisas, corrigir doenças hereditárias antes mesmo de seus sintomas surgirem, e dispositivos vestíveis cada vez mais avançados, que fornecem dados em tempo real sobre a saúde dos usuários e permitem intervenções médicas antes que problemas se agravem.
Porém, mais do que aumentar a expectativa de vida, precisamos também garantir que os anos adicionais sejam vividos com qualidade e segurança. E acredito que as inovações serão essenciais nessa jornada, cabendo a nós, como sociedade, assegurar que elas sejam acessíveis a todos.
Gustavo Caetano é CEO e fundador da Samba, especialista em soluções digitais inteligentes e eficazes com foco em Inteligência Artificial