O consumo de produtos médico-hospitalares no Brasil, cresceu 6%, nos seis primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2024. Os dados estão no Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), que acaba de ser divulgado. O mercado de ‘Reagentes e analisadores’ foi o que mais cresceu: 9,3%, se recuperando de um primeiro trimestre negativo. ‘Próteses e implantes – OPME’ teve alta de 7,3% e ‘Materiais e equipamentos para a saúde’ subiu 5,18%.
A produção nacional ficou estável, com oscilação de -0,1%. Ainda assim, o país registrou alta de 2% nas contratações. Entre janeiro e junho houve a abertura de 3.054 vagas nas atividades industriais e comerciais do setor de DMs, totalizando o contingente de 153.009 trabalhadores, número que não inclui os empregados em serviços de complementação diagnóstica e terapêutica. A maior alta foi no segmento de ‘Fabricação de materiais para medicina e odontologia’, com 764 contratações.
O comércio internacional alavancou os números positivos do semestre. As importações de DMs totalizaram US$ 4,295 bilhões, com crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024. As exportações somaram US$ 473 milhões, alta de 16%.
“Houve aumento de 19,5% nas exportações de dispositivos médicos para os Estados Unidos, fato que pode ter sido estimulado pelo adiantamento de operações comerciais, que visaram minimizar o impacto da taxação de 50% imposta pelo governo de Donald Trump. Como os Estados Unidos são um dos principais parceiros comerciais do Brasil na saúde, seguimos atentos às consequências dessas medidas, que devem ser refletidas no próximo levantamento”, afirma o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
Cirurgias, internações e exames
Na comparação com o primeiro semestre do ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 1,8% cirurgias a mais, nos primeiros seis meses de 2025. Foram 3,1 milhões de procedimentos. O aumento mais significativo foi “Bucomaxilofacial”, com 9% de incremento; seguido de ‘‘Cirurgia do aparelho circulatório’’, que subiu 8,7%.
Já as internações para procedimentos hospitalares realizadas pelo SUS permaneceram estáveis: 0,02% acima do verificado no mesmo período de 2024. O destaque foi o crescimento de 8,63% em internações para a “Coleta de material”.
A realização de exames na atenção ambulatorial do SUS recuou 5,3%, no primeiro semestre, com 638,3 milhões. Na contramão desta queda, destacam-se os aumentos de 37,4% nos exames de “Diagnostico em vigilância epidemiológica e ambiental” e de 10,1% nos ‘‘Diagnósticos por tomografia’’.
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