Diagnosticar precocemente, com precisão e diferenciando contaminação por febre amarela de efeitos adversos da vacina (vírus vacinal). Esses são alguns dos diferenciais do Exame de Reação em Cadeia de Polimerase (PCR), disponível em laboratórios do Grupo Dasa em todo o país e que os primeiros sintomas da doença. Desde janeiro, quando o serviço foi implantado, em razão da epidemia em áreas florestais de alguns Estados do país, já foram testados 80 pacientes que apresentavam os sintomas. Desse total, foram diagnosticados nove casos de vírus selvagem e oito de vírus vacinal (o vírus da vacina pode permanecer no organismo por alguns dias após a aplicação da vacina).
A infraestrutura montada pelos laboratórios do Grupo DASA segue o modelo adotado pela companhia em episódios anteriores de surtos de doenças infecciosas como o da gripe aviária (vírus H1N1). Nela está contemplado um moderno aparato técnico-científico do laboratório de Biologia Molecular do Núcleo Técnico Operacional, em Alphaville, uma central que analisa, com precisão diagnóstica, as amostras de sangue colhidas em todo o país e fornece o laudo em até quatro dias.
Com um corpo clínico qualificado e otimização dos processos, o serviço de Biologia Molecular do Grupo DASA tem potencial para analisar mais de 2 mil casos por mês, mantendo o alto padrão de qualidade. “Caso haja essa demanda, nós estamos preparados. É uma experiência que acumulamos ao longo de outros eventos sazonais, como o do vírus Influenza, quando chegamos a realizar mais de mil exames por mês. Oferecemos aos nossos pacientes um laudo resolutivo, que não deixa dúvidas e confere segurança”, destaca o biólogo molecular do Grupo DASA, José Eduardo Levi.
De acordo com o especialista, a vantagem do teste molecular em relação ao exame mais comum (que é o de sorologia – que utiliza anticorpos IgM para identificar a doença), é que ele tem maior grau de confiabilidade e especificidade. Isso porque o PCR permite identificar a presença do RNA do vírus na corrente sanguínea do paciente pouco depois da infecção.
Além disso, os testes sorológicos têm maior risco de reações cruzadas, ou seja, ter o seu diagnóstico por exemplo, confundido com outras doenças, como dengue ou zika. Por sua vez, o PCR tem o potencial de diferenciar, inclusive, entre contaminação por vírus vacinal e vírus selvagem, o que reflete no tratamento e acompanhamento mais adequado do paciente.
Conforme explica José Eduardo Levi, quadros de febre amarela com manifestações clínicas de insuficiência hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados) e hemorragias, necessitam de hospitalização. Uma observação importante, é que em casos de óbitos, este costuma ser precedido por uma melhoria geral por 1 ou 2 dias seguidos de uma piora generalizada e irreversível, que leva à morte. Este desfecho, que acontece em 20 a 50% dos casos hospitalizados, justificou na epidemia atual a realização, de forma inédita, de transplante hepático em cinco pacientes no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, na cidade de São Paulo”, analisa Levi.
As pessoas que contraem o vírus da febre amarela podem não apresentar sintomas ou estes serem brandos e inespecíficos (que se confundem com os de outras doenças). De acordo com o infectologista Alberto Chebabo, dos Laboratórios Delboni, em São Paulo e Sérgio Franco, no Rio de Janeiro, o que chama a atenção para se investigar a existência de contaminação é o indivíduo residir ou ter tido contato com áreas de risco ou apresentar um conjunto de manifestações repentinas como cansaço extremo, calafrios, febre alta, dores de cabeça ou musculares, náuseas e vômitos.