O Instituto Plano CDE, especializado em pesquisas etnográficas sobre o comportamento das classes CDE, e o Instituto Tellus, organização sem fins lucrativos (OSCIP), que promove inovação em serviços públicos no Brasil, acabam de lançar o estudo “Modelos de Gestão na Saúde”. Os objetivos da pesquisa são compreender os modelos de gestão da saúde na cidade de São Paulo e compará-los, além de avaliar o atendimento do ponto de vista do usuário e lançar um olhar crítico sobre as práticas de gestão, que possam inspirar políticas públicas.
O levantamento, que teve como objeto de análise o atendimento prestado por unidades de saúde disponíveis na capital, contou com a participação de 1000 paulistanos, homens e mulheres, maiores de 18 anos, que realizaram alguma consulta no dia da entrevista. Foram visitadas 20 unidades ligadas aos SUS, entre UBSs, AMAs e Ambulatórios de Especialidades.
Segundo o estudo, as unidades administradas por Organizações Sociais de Saúde, as OSs, receberam avaliações superiores, quando comparadas às administradas diretamente pela gestão pública, com destaque aos quesitos tempo de espera (agendamento de consulta e retorno), estrutura e atendimento. “Nos surpreendemos ao ver que um modelo que surgiu há apenas 10 anos já tenha se consolidado. Atualmente, cerca de 77% do total de serviços de saúde do município são executados pelas OSs, entidades sem fins lucrativos, que realizam as atividades por meio de contratos de gestão celebrados com a Prefeitura”, destaca o diretor executivo do Plano CDE, Maurício de Almeida Prado.
“Os contratos proporcionam mais flexibilidade, agilidade, controle e avaliação na gestão da saúde. Com isso, a Secretaria de Saúde ganha um caráter mais estratégico e assume o papel de planejadora da política de saúde municipal, sem atuar diretamente com a execução dos planos”, conclui.