Estudo do Sírio-Libanês aponta radiocirurgia como o melhor tratamento contra câncer de pulmão em pacientes frágeis

O câncer de pulmão é o mais letal do mundo. Em geral, é diagnosticado em fase avançada. Se detectado precocemente, a cirurgia é o melhor caminho para a cura. Entretanto, o procedimento cirúrgico não pode ser realizado em pacientes que apresentam um conjunto de outras fragilidades além do câncer, como em pacientes com idade avançada. Para estes, a Radioterapia Estereotáxica Corporal (SBRT), também conhecida como Radiocirurgia, desponta como uma importante alternativa para tratar o câncer de pulmão.

“Até o final da década de 90, a única opção de tratamento para estes pacientes era a radioterapia convencional, em que são realizadas 30 aplicações diárias de radiação voltadas para o tumor localizado no pulmão”, lembra Dr. Rafael Gadia, diretor de Radioterapia do Hospital Sírio-Libanês. O radio-oncologista conta que com esta técnica, a chance de erradicar o tumor do pulmão era de aproximadamente 50%. Na última década, a radiocirurgia emergiu como a melhor opção de tratamento para os pacientes chamados “clinicamente inoperáveis”, por conta de outras fragilidades associadas ao quadro geral.

“Nesta técnica, feixes externos de radiação de alta precisão e elevada potência promovem a destruição completa do tumor em poucas aplicações (1 a 5), não requerendo internação ou anestesia”, explica Dr. Gadia. Cada sessão demora em média 30 minutos e o paciente sai da sala de tratamento sem nenhum tipo de corte ou dor. Habitualmente os pacientes saem da aplicação e seguem direto para suas atividades cotidianas.

O departamento de radioterapia do Hospital Sírio-Libanês realizou a primeira radiocirurgia em um paciente com câncer de pulmão em 2007 e recém publicou no Journal of Global Oncology, revista científica da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), o primeiro trabalho científico brasileiro demonstrando os resultados clínicos com esta técnica. Foram estudados 54 pacientes frágeis para a cirurgia, portadores de câncer de pulmão restrito a este órgão e menor que 5cm, submetidos a radiocirurgia no Hospital Sírio-Libanês entre 2007 e 2015.

De acordo com o estudo, em 89% dos pacientes o tumor foi completamente destruído. Com relação aos efeitos colaterais relacionados ao tratamento, a maioria dos sintomas foi controlada com o uso de medicações orais simples, sem necessidade de internação. Nenhum paciente apresentou complicações graves ou morreram em virtude do tratamento. “Estes dados confirmam a radiocirurgia como a melhor opção terapêutica em pacientes frágeis para cirurgia no nosso país”, diz Dr. Carlos Vita, pesquisador principal do estudo e radio-oncologista do Hospital Sírio-Libanês.

A Radiocirurgia de pulmão está disponível nas unidades de radioterapia de São Paulo e Brasília do Hospital Sírio-Libanês.

Redação

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