Rio de Janeiro bate recorde de cirurgias bariátricas pelo SUS

Marcelo Wagner Ribeiro, o paciente número 2.500

Passar na roleta de um ônibus é um ato diário simples para a maioria dos brasileiros. Mas para pessoas com obesidade mórbida pode representar incômodo e constrangimento. É o que acontece com o auxiliar administrativo Marcelo Wagner Ribeiro, 53, que já precisou que sua mulher, então grávida, o empurrasse pela roleta para que ele pudesse passar. “Esse episódio, assim como não encontrar cadeira no cinema ao ir assistir um filme com minha família, fez com que eu decidisse mudar. A atitude permitiu que eu chegasse até aqui, a poucas horas de realizar minha cirurgia bariátrica”, lembra, ansioso.

Marcelo, hoje com 150kg, é o paciente número 2.500 a realizar a cirurgia bariátrica através do Programa de Cirurgia Bariátrica da Secretaria de Estado de Saúde. Lançado em dezembro de 2010, o Programa é o único no Brasil a realizar o procedimento exclusivamente por videolaparoscopia, procedimento menos invasivo. Atualmente, são realizadas cerca de 40 cirurgias e 160 atendimentos ambulatoriais por mês.

Coordenador do Programa, o médico Cid Pitombo, que é referência internacional, explica que a técnica traz diversos benefícios. “Além de ser a mais moderna, é menos invasiva e mais rápida. A cirurgia é feita em cerca de 35 minutos e o paciente volta para casa em dois dias, sem necessidade de ficar no CTI no pós-operatório. Em cerca de 15 dias o operado pode voltar com a vida normal, caso o trabalho não exija esforço físico”, explica.

Agora, Marcelo, que é casado e pai de três filhos, espera ter uma vida normal. A cirurgia foi um sucesso. “Costumo dizer que, primeiro, precisei fazer uma cirurgia na cabeça, para entender que precisava emagrecer. Com a ajuda dos profissionais do Programa, como nutricionista e psicólogos, perdi 36kg. Agora, quero viver coisas simples, como cruzar as pernas, sentar no cinema e não sofrer mais com chacotas. É o que espero”, disse.

Como se candidatar: Para se candidatar a uma cirurgia bariátrica no Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente deve procurar atendimento em uma Clínica da Família próxima da residência para que um médico avalie a necessidade da cirurgia. Se a operação for indicada, o médico solicita uma segunda avaliação para a Central Estadual de Regulação, que encaminha o pedido de forma online. O paciente é contatado e tem uma consulta de avaliação marcada. Antes da cirurgia, há um rigoroso programa de preparo obrigatório, com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar (médico, enfermeiro, nutricionista e psicólogo). Nem todos os portadores de obesidade severa ou mórbida podem passar pelo procedimento.

Programa: Criado há 8 anos, o Programa de Cirurgia Bariátrica do Estado do Rio funciona no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes e já operou quase 2.500 pessoas em todo o Estado do Rio de Janeiro. Entre consultas e cirurgias, já foram atendidas cerca de 4 mil pessoas.

Lançado em dezembro de 2010, em um cenário onde eram realizadas pelo SUS cerca de 20 cirurgias por ano, em média, o programa é, hoje, a mais importante unidade pública brasileira a realizar o procedimento por meio de videolaparoscopia, uma cirurgia minimamente invasiva e que traz menos riscos. São 40 operações de redução de estômago por mês, o que leva a cerca de 500 operações por ano.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.