No mundo, estima-se que o setor da saúde movimente U$ 3 trilhões anualmente. Apesar da cifra gigante, ainda há muitos gargalos e experiências negativas de pacientes e usuários de hospitais e laboratórios, principalmente no Brasil, onde o investimento em serviços públicos tem caído.
Mas, em contraste com os investimentos governamentais, o mercado corporativo tem despertado o olhar para o setor e investido em pesquisas para desenvolver soluções tecnológicas, chamando a atenção do Google, Amazon e Apple, que respondem à tendência investindo bilhões de dólares em Inteligência Artificial, wearables (“tecnologias para vestir”) e mapeamento de dados de pacientes.
No Brasil, ainda que haja dificuldades em mapear a área, o setor acompanha o sucesso do mercado global de saúde digital, que deve ultrapassar US$ 504,4 bilhões até 2025, segundo dados da pesquisa da Global Market Insights, enquanto, em 2016, o mercado movimentou cerca de US$ 179,6 bilhões, de acordo com a Transparency Market Research, empresa global de pesquisa, análise e inteligência de mercado.
No direcionamento de inovações e lançamentos, as startups de health techs, que hoje são quase 300, de acordo com a Associação Brasileia de Startups, investem em diversos campos: desde a telemedicina até a validação automática de consultas e exames, além de softwares que monitoram a temperatura dentro dos hospitais, de forma que os medicamentos não sofram alterações pelo ambiente. Outras se especializam na radiologia digital, preocupando-se com o tempo de revelação das imagens e sua resolução final. Isso mostra como todas as áreas dentro de um hospital têm sido assimiladas não só por essas startups, mas pela revolução digital.
Entre as empresas que prestam atenção nesse campo, a startup de health tech mineira CM Tecnologia se destaca em soluções para marcação e desmarcação de consultas e exames. Segundo o CEO e fundador da empresa, Fernando Soares, está mais do que nítido o potencial do setor, tendo em vista a assimilação diária da tecnologia em todas as esferas de nossas vidas, além do surgimento de iniciativas brasileiras em prol de startups de saúde.
“Para além das questões financeiras e do mercado em expansão, a aposta no setor se deu por identificarmos uma série de limitações na Jornada do Paciente realizada tradicionalmente. O insight, inclusive, veio da minha própria experiência ao tentar desmarcar uma consulta sem sucesso. Percebendo um problema inicial e comum na vida dos demais pacientes, apostamos em uma plataforma de agendamentos online e, a partir daí, partimos para o desenvolvimento de outros softwares e encontramos um cenário ávido por inovações como essas”, pontua o CEO da health tech.
Desde sua fundação, em 2012, foram mais de 10 milhões de consultas e exames facilitados pelo carro chefe da startups, o software CMO, que atende mais de 650 unidades de saúde, entre eles o Hospital Nove de Julho, Hospital São Camilo, Santa Casa de Misericórdia, (Porto Alegre/RS), Unimed, entre outros, além de plataformas integradas com grandes convênios médicos como Amil, Bradesco Saúde, Golden Cross, Sulamérica Saúde e outros; reduzindo a taxa de não comparecimento dos pacientes.
Para o futuro, Soares acredita no crescimento da Inteligência Artificial, seja para lembrar os pacientes da hora de tomar um remédio ou identificar quais são os casos de alto risco. “Isso significa que a personalização das análises é algo a se observar daqui para a frente. Outra tendência, apontada inclusive pela publicação Healthcare Weekly, diz respeito às novas comunicações com quem agenda uma consulta/exame. Cada vez mais – e devido aos problemas típicos dos call centers –, as instituições de saúde têm se atentado para a praticidade proporcionada pelas plataformas de agendamento online, assistentes virtuais e demais chatbots”, afirma Soares.
Em outra direção, o crescimento do marketing digital em prol das clínicas e hospitais também tem ganhado o gosto dos gestores de saúde, sendo apontado como uma tendência de 2019. Neste caso, os portais institucionais investem em conteúdo para informar os internautas e para fazer deles seus mais novos pacientes.