A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou em 30 de abril, no Rio de Janeiro (RJ), o Seminário de Acompanhamento do Laboratório de Inovações em Atenção Primária na Saúde Suplementar. O evento contou com a participação de 120 representantes de operadoras de planos de saúde, que puderam conhecer as principais melhorias e desafios das práticas consideradas inovadoras pelo Laboratório de Inovações, uma ação da ANS em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Além de apontar os resultados observados no acompanhamento das práticas selecionadas pelo Laboratório, o seminário permitiu um debate qualificado onde os participantes puderam, juntos, repensar o modelo de atenção em saúde predominante no setor.
“Muitas operadoras já evoluíram bastante, realizando importantes e diferentes práticas. Não há um padrão único. Pretendemos mostrar essa evolução, os resultados já alcançados em APS e o quanto ainda precisamos melhorar a coordenação do cuidado na saúde suplementar”, explicou o diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Rogério Scarabel.
Fernando Leles, da OPAS, lembrou que há um uso descontrolado e fragmentado de procedimentos em saúde, sendo necessária a organização do cuidado em redes de atenção que considerem questões familiares e culturais da carteira de beneficiários das operadoras. “Temos muito orgulho dessa parceria com a ANS. Sabemos que os usuários do setor precisam ser conhecidos e monitorados pelas operadoras, especialmente os pacientes de doenças crônicas. Essa conduta evita custos futuros e mantém o setor sustentável para todos”, disse Leles.
Katia Audi, gerente de Monitoramento Assistencial da ANS, defendeu a necessidade da atenção primária caminhar lado a lado da promoção de saúde e prevenção de doenças: “A obesidade, por exemplo, pode causar hipertensão, diabetes e câncer; e a depressão, um problema de saúde mental, o suicídio. São situações gravosas que podem ser prevenidas. As operadoras precisam cuidar de seus beneficiários de forma integral, investindo na formação de profissionais e na utilização de tecnologia”. Alberto Ogata, da OPAS, acrescentou: “A APS passa pelo conhecimento e estratificação da população, mantendo os usuários da rede sempre no radar”.
O seminário também abordou o Programa de Certificação em Boas Práticas de Atenção à Saúde da ANS, que incentiva as operadoras a desenvolverem um cuidado cada vez mais qualificado aos seus beneficiários. “O programa prevê a concessão de uma Certificação em APS às empresas que cumprirem requisitos pré-estabelecidos”, explicou Eduardo Neto, especialista da ANS.
Os participantes do seminário puderam conhecer 11 práticas consideradas inovadoras em atenção primária pelo Laboratório de Inovações, através de apresentações realizadas por representantes das seguintes operadoras:
– Saúde BRB
– Fundação São Francisco Xavier
– Unimed de Santa Bárbara D’Oeste e Americana
– Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil – Cassi
– Unimed Belo Horizonte
– São Francisco Saúde
– Unimed João Pessoa
– Unimed Jaboticabal
– Unimed Guarulhos
– Unimed Florianópolis
– Amil Assistência Médica
A ANS seguirá acompanhando as experiências selecionadas pelo Laboratório de Inovações em APS, com a abertura para entrada de novas operadoras a partir de julho de 2019. Esse acompanhamento levará em consideração a jornada do beneficiário desde a prevenção e diagnóstico precoce até o tratamento, abrangendo as seguintes linhas de cuidado: diabetes, hipertensão arterial sistêmica, câncer (mama, colo de útero, cólon e reto) e saúde mental, por meio de indicadores de resultado em saúde.
“Vamos definir a metodologia de avaliação a ser utilizada no acompanhamento das experiências, inclusive os indicadores. As contribuições referentes aos indicadores de resultado em saúde, considerando a jornada do beneficiário, podem ser enviadas até o dia 20/05, para promopreve@ans.gov.br“, explicou Renata de Campos, especialista em regulação da ANS.
Iniciado em 2017, o Laboratório buscou identificar e reconhecer o esforço de operadoras em aprimorar o cuidado em saúde de seus beneficiários, utilizando modelos de atenção inovadores, baseados nos princípios da atenção primária. Ao todo, foram analisados 41 projetos e as 12 práticas selecionadas foram sistematizadas e publicadas na série técnica Navegador SUS, disponível no portal da ANS.