Planos de saúde poderiam economizar em torno de R$ 10 milhões evitando fraturas decorrentes de osteoporose

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 10 milhões de pessoas sofrem com a osteoporose, doença que causa enfraquecimento dos ossos e aumenta o risco de fraturas. No universo da saúde suplementar, que contempla cerca de 47 milhões de beneficiários, se considerarmos apenas as pessoas com 50 anos de idade ou mais, 1,4 milhão de pessoas são acometidas pela doença e cerca de 12% delas apresentam alto risco de fraturas, com custos que podem chegar a 60 mil reais –somando um gasto de aproximadamente R$ 650 milhões ao ano. Pesquisa conduzida pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS), identificou que pelo menos 20,7% dos custos com internações cirúrgicas estão relacionadas a Órteses, Próteses e Materiais Especiais (Pesquisa UNIDAS – 2018).

Um estudo realizado pela Caixa de Previdência e Assistência dos Servidores da Fundação Nacional de Saúde (Capesesp), filiada da UNIDAS, comprova que é possível reduzir os custos com fraturas por meio de gestão de informações dos beneficiários e cobertura de tratamentos preventivos. A ferramenta, que identificou pessoas que apresentavam um alto risco de fraturas decorrentes de osteoporose, trabalha com dados que vão além do número de exames e internações do paciente, passando por seu histórico médico, doenças e fatores de risco, informações fundamentais para trabalhar com prevenção e gestão de doenças.

O estudo avaliou mais de 22 mil mulheres na pós-menopausa com 50 anos ou mais – perfil e faixa etária com maior probabilidade de ter osteoporose. Destas, 229 mulheres com média de idade de 73,6 anos apresentaram alto risco de fraturas e baixa Densidade Mineral Óssea (DMO), sendo selecionadas para receberem um tratamento preventivo com objetivo de evitar fraturas. Com o tratamento, a incidência de fratura vertebral (0,43%), quadril (0,87%) e antebraço (0,43%) conseguiu ser abaixo do esperado, evitando 37 fraturas decorrentes de osteoporose e economizando quase R$ 900 mil reais.

Os medicamentos utilizados no tratamento desse grupo tiveram um custo aproximado de R$ 200 mil em um ano. Em contrapartida, uma fratura de quadril com colocação de prótese no fêmur, custa em torno de R$ 40 mil. “Isso significa que com cinco fraturas evitadas é possível cobrir o custo do tratamento do ano inteiro. Mais do que reduzir despesas, o paciente ganha mais saúde e qualidade de vida com as fraturas evitadas”, explica o presidente da Capesesp, João Paulo do Reis Neto.

A Capesesp calcula que se os 500 mil beneficiários (nesse caso com 60 anos de idade ou mais) de planos de saúde no Brasil que apresentam o mesmo alto risco de fraturas fizessem o mesmo tratamento preventivo para evitar as fraturas, seria possível economizar em torno de R$ 10 milhões.

“Com o envelhecimento da população brasileira, doenças relacionadas à idade, como a osteoporose, se tornam cada vez mais comuns. E a maior parte dos idosos que possuem planos de saúde do país estão nas autogestões (25,9%). Levando esse fator em consideração, as autogestões exercem um papel fundamental para a sobrevivência do sistema de saúde como um todo, por ser o único segmento da saúde suplementar acessível para a população idosa fora do Sistema Único de Saúde (SUS)”, finaliza o presidente da UNIDAS, Anderson Mendes.

Redação

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