De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 10% dos pacientes hospitalizados terão pelo menos uma infecção associada aos cuidados com a saúde. Esse número sobe para 30% em pacientes nas Unidades Intensivas de Tratamento (UTIs) de países desenvolvidos e pode até triplicar em países em desenvolvimento.
No Brasil, a cada ano, aproximadamente 14% dos pacientes internados contraem algum tipo Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). A ocorrência de IRAS, muitas vezes, está relacionada ou associada à falta de higiene adequada no ambiente hospitalar e nos procedimentos cirúrgicos, bem como à falhas na prática clínica e nos processos. Com isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estima que 60% das Infecções Primárias de Corrente Sanguínea (IPCS) estejam relacionadas a algum dispositivo intravascular, como os cateteres.
A gravidade do tema é evidenciada através do Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde da ANVISA, lançado em 2016 com metas específicas a serem atingidas até 2020. No documento, a agência reconheceu as IRAS como “grave problema de saúde pública”, pois são os eventos adversos mais frequentes associados ao sistema de saúde. Além disso, a Agência ainda reforça em seu manual de Medidas Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde de 2017 como a prática correta da antissepsia antes da realização de procedimentos invasivos, bem como a utilização de novas tecnologias disponíveis no mercado auxiliam na redução dessa complicação.
Uma dessas tecnologias é a seringa pré-enchida comercialmente para flushing de cateteres – procedimento realizado para garantir a permeabilidade do dispositivo e evitar infecções. Estudos mostram que a utilização de seringas pré-enchidas apresentou redução de 77% nas ocorrências de infecções de corrente sanguínea associada ao cateter central comparada à seringa de preenchimento manual. Além disso, a solução inovadora demonstrou economia de 67% considerando os custos médicos diretos decorrentes do tratamento das complicações, ou seja, relacionados a diárias hospitalares, exames complementares, medicamentos e honorários médicos.
Quando o assunto é antissepsia, apesar do Brasil já ter avançado nas tecnologias utilizadas em salas cirúrgicas e na realização de técnicas assépticas, o processo ainda é complexo e não evolui há muitos anos. Tal complexidade impacta não somente o tempo de procedimento, bem como dificulta a padronização e fiscalização, afetando diretamente a eficácia esperada. Além disso, os antissépticos disponíveis no mercado brasileiro não seguem os guidelines internacionais e são apresentados em forma de almotolia, ou seja, estão propensos a contaminação pelo multiuso, assim como favorecem o desperdício de produto. Hoje, no Brasil, porém, já existem tecnologias prontas prontas para uso que combinam o princípio ativo e concentração ideias para antissepsia que oferecem mais segurança para os pacientes ao reduzir os riscos de falha na prática, contribuindo com o combate às IRAS.
Para Helena Romcy, Presidente da Associação Brasileira dos Enfermeiros Auditores (ABEA), é essencial que os hospitais padronizem processos, principalmente protocolos recomendados pela ANVISA e Guidelines nacionais e internacionais aliados a introdução de novas tecnologias que auxiliem na redução desses números. “A não introdução de novas tecnologias, aliada a falta de boas práticas no ambiente hospitalar, além de prejudicar o paciente, acarreta em prejuízo para o sistema de saúde devido à elevação dos custos por paciente e suas complicações”.