Com um painel liderado exclusivamente por mulheres, a Secretária do Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Patrícia Ellen, e a publicitária e palestrante futurista Beia Carvalho, a ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde – realizou essa semana, em São Paulo, o 12º Encontro Anual da entidade, promovendo uma reflexão sobre o futuro e a inovação.
Patricia Ellen, que abordou o tema “Tecnologia como aliada na promoção da saúde e bem-estar na população”, destacou que a área da saúde vive três grandes desafios que são também oportunidades para o país promover transformações.
“No Brasil envelhecemos como a Suécia, adoecemos como a África do Sul e morremos como a Síria. Temos três sistemas de saúde em um, – num país com escala continental – e o desafio de lidar simultaneamente com doenças crônicas, doenças infectocontagiosas e as decorrentes de causas externas, como acidentes e violência. Sem a ajuda da tecnologia, isso será impossível”, comparou.
A Secretária afirmou que o Brasil é uma das sociedades mais conectadas do mundo e com maior número de celulares, o que possibilita sua aplicação em larga escala para resolver os principais problemas da Saúde. “Bem usada, a tecnologia pode ser um grande instrumento de inclusão para promover qualidade de vida, satisfação ao paciente e equilibrar custos”, avaliou.
A futurista Beia Carvalho, por sua vez, disse que a humanidade vai mudar nos próximos 20 anos mais do que nos últimos 300 anos, o que demanda uma grande mudança de atitude e visão.
Ela ressaltou que o futuro não é uma perspectiva temporal, mas sim uma perspectiva mental e que esses tempos demandam cinco principais pontos de reflexão:
“Temos de ver o Século XXI sob uma nova perspectiva e não nos fixarmos nos pontos já conhecidos. Engajamento e colaboração são os caminhos para avançarmos na solução de problemas. A longevidade é uma oportunidade, o Brasil já possui 50 mil pessoas com mais de 100 anos. Por fim, vivemos um momento de transformação e precisamos desaprender para reaprender”, resumiu.
Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED, apresentou o balanço econômico do setor e disse que o mercado de equipamentos e produtos médico-hospitalares deve fechar o ano com uma estimativa de crescimento de 3,9%.
“Não é um desempenho extraordinário, mas o crescimento foi maior que o de vários outros setores. Houve também aumento de 2,9% no número de empregos, equivalente à geração de 4.095 novos postos de trabalho”, afirmou.
Silveira mencionou ainda as transformações que ocorreram na associação em 2019, quando foi iniciado o projeto “Repensar a ABIMED” e apontou os objetivos para 2020, voltados principalmente para aumentar a representatividade da entidade:
“Neste ano realizamos muitas mudanças estruturais e na governança da ABIMED. Trabalhamos com quatro eixos estratégicos: empresas associadas, governança, advocacy/institucional e comunicação. Em 2020, vamos fortalecer esses eixos e as conexões com associados, stakeholders e com a sociedade. Queremos ser uma associação de referência na área da saúde”, explicou.
O presidente do Conselho de Administração da ABIMED, Fabrizio Signorin, que está fora do país, enviou um vídeo gravado no qual destacou a importância de uma associação de classe como a ABIMED aumentar a oferta de valor para seus públicos de interesse e para a sociedade. Disse que no biênio 2020-2021, o Conselho de Administração terá uma nova composição.