O Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo (SP), passa a fazer parte do grupo de Hospitais, composto por Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês e Moinhos de Vento, que irá conduzir estudos para o tratamento do Covid-19 em conjunto com a BRICNet (Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva). O time de especialistas destas instituições de ponta fará avaliação de opções de tratamento para pacientes infectados pelo Coronavírus e, a partir desses estudos, será possível avaliar a segurança e eficácia das terapêuticas adotadas em diferentes perfis de pacientes.
A Coalizão COVID Brasil incluirá cinco projetos de pesquisa: três avaliando pacientes hospitalizados em alas hospitalares e unidades de terapia intensiva, um avaliando seguimento um ano após alta hospitalar e um avaliando pacientes não hospitalizados com diagnóstico de Covid-19. O projeto tem apoio do Ministério da Saúde e de uma indústria farmacêutica.
De acordo com Kenneth Almeida, Diretor-executivo de Inovação, Pesquisa e Inovação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, neste momento em que o mundo enfrenta uma pandemia da doença é necessário colocar todos os experts da Instituição debruçados para encontrar respostas que possam conter o avanço deste novo vírus e garantir o acompanhamento clínico dos infectados pelo Coronavírus. “Contamos com um time de médicos e pesquisadores capaz de contribuir de forma significativa para gerar conhecimentos que impulsionem o avanço da medicina, ajudando a salvar um número ainda maior de vidas”, afirma.
Para o Diretor-presidente do Hospital, Paulo Vasconcellos Bastian, a parceria consolida o propósito do Hospital em cuidar de vidas com humanidade e respeito, disseminando sua capacidade técnica com o objetivo de contribuir para a melhoria da saúde da população brasileira. “Atuar de forma pioneira, estimulando o desenvolvimento da medicina e da saúde está no DNA do Hospital. Com essa parceria reafirmamos a sua vocação para cuidar e a capacidade de contribuir para o desenvolvimento da saúde no País. Todo o nosso time está empenhado nesta luta de enfrentamento ao Coronavírus, cuidando de cada detalhe para que possamos reduzir a disseminação do vírus e para alcançarmos tratamentos mais rápidos e efetivos contra a contra a doença”, diz.
O projeto interinstitucional chamado de Coalizão COVID Brasil estima beneficiar pacientes atendidos em cerca de 80 hospitais brasileiros. Os primeiros resultados deste trabalho conjunto devem estar disponíveis em até 90 dias.
Hospital Moinhos de Vento inicia pesquisa clínica
O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), também se uniu ao Sírio-Libanês, Albert Einstein, HCor e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet) para coordenar estudos sobre o tratamento de pacientes hospitalizados devido à COVID-19. O objetivo é avaliar a eficácia, a segurança e o impacto na qualidade de vida de três possíveis tratamentos a pessoas infectadas pelo novo Coronavírus.
Chamada de Coalização COVID Brasil, a aliança interinstitucional conta com o apoio do Ministério da Saúde e da farmacêutica EMS. Ao todo, mais de 1.300 internados serão acompanhados pelo projeto por um ano após a alta hospital. Até 60 hospitais do país serão beneficiados com a medida.
De acordo com o superintendente de Educação, Pesquisa e Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, Luciano Hammes, a iniciativa é essencial para proporcionar o melhor tratamento aos pacientes no Brasil. “É um vírus novo, e estamos conhecendo seus efeitos em tempo real. Vamos testar esses medicamentos e as consequências da doença e dessas terapias nas pessoas. Precisamos saber se funcionam, se são seguras e se há riscos de sequelas e de impacto na vida delas no futuro”, destaca Hammes. Segundo ele, os primeiros resultados devem estar disponíveis entre 60 e 90 dias.
Análise de três tipos de tratamento
Serão três pesquisas. O Coalizão I avaliará se o tratamento com hidroxicloroquina é eficaz para melhorar o quadro respiratório de pacientes com menor gravidade internados por infecção com o novo Coronavírus. Também, será observado se a adição de azitromicina pode potencializar o efeito do remédio e se traz benefício adicional. Serão acompanhadas 630 pessoas.
O Coalizão II envolverá casos mais graves, que necessitam de mais suporte respiratório. As pessoas receberão hidroxicloroquina e o antibiótico azitromicina. O objetivo será verificar possível efeito benéfico adicional, com potencial de melhorar os problemas respiratórios causados pelo vírus. Em torno de 440 pacientes participarão dessa etapa.
Por fim, o Coalizão III analisará a efetividade do anti-inflamatório dexametasona para pessoas com insuficiência respiratória grave, que necessitam de suporte de ventilação mecânica para respirar. Nessa pesquisa, serão incluídos 284 casos.
União nacional
Superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini ressalta a importância da união de pesquisadores de todo o país para enfrentar a COVID-19. “É uma frente de trabalho formada pelos melhores hospitais do Brasil, que são referência em pesquisa científica e medicina de excelência”, destaca. “Esses estudos darão segurança e tranquilidade para os profissionais tomarem decisões na hora de tratar os pacientes”, conclui o Parrini.