Não é novidade que a pandemia do Covid-19 está causando muitos impactos na sociedade. Por incrível que pareça, entre esses abalos, alguns podem ser considerados positivos. Explico: o mundo maker, bem conhecido por todos pela ideia do “faça você mesmo”, está ganhando cada vez mais força no período, pois, profissionais estão se reunindo por meio da internet para solucionar alguns problemas que estão dificultando o tratamento de pacientes nos hospitais, devido ao vírus.
Dentre as diversas dificuldades que estão aparecendo em todo o mundo, duas delas causam grandes impactos no tratamento de vítimas do Covid-19: a falta de máscaras de proteção para os profissionais da saúde e a falta de ventiladores pulmonares.
Qual o papel do mundo maker nesse tema?
Muitos “maker’s” do mundo todo estão dedicando seu tempo, e muitas vezes, insumos próprios para tentar solucionar esses problemas. Por conta de grandes comunidades de projetos open source que estão sendo criadas, qualquer pessoa pode desenvolver esses projetos em casa.
As máscaras de proteção podem ser fabricadas em impressoras 3D, pois basta apenas baixar o arquivo e fabricar os suportes. Já os ventiladores pulmonares podem ser construídos com motores de passo e controladores de velocidade. Na maioria das vezes esses projetos são feitos utilizando o ecossistema do Arduino, o qual pode ser montado facilmente com componentes eletrônicos simples e de fácil acesso, com custo extremamente reduzido em relação aos fabricados pela indústria. A maioria desses projetos são open source: caso algum hospital ou até mesmo alguma pessoa queira desenvolve-los é só adquirir os equipamentos necessários e seguir a documentação de construção do projeto.
Entre essas iniciativas, o IoT (Internet da Coisas) também está ajudando o acesso de informações, como volume de ar corrente, velocidade de respiração/ciclos por minuto ar/oxigênio, controle de velocidade de respiração e alarme caso tenha uma queda de pressão do oxigênio de forma remota. Alguns desses ventiladores pulmonares estão sendo criados com essa tecnologia. Com ela, é possível efetuar o controle e a visualização dos dados de forma remota. Nesse caso, os ventiladores são utilizados para usuários com casos mais sérios.
O mercado da Internet das Coisas em crescendo a cada ano, e por ser tão versátil, está previsto que até 2024, 85 bilhões de dispositivos IoT estejam conectados simultaneamente. Isso prevê um aumento de 130% em quatro anos. Além disso, muitas empresas estão ajudando a realizar a análise desses dados gerados por dispositivos IoT utilizando Inteligência Artificial (IA) e fornecendo toda infraestrutura para reconhecimento de padrões e sequenciamento.
Sendo assim, a pandemia está criando novos mercados de atuação, como Big Data, IA e IoT. Todas essas tecnologias juntas podem facilitar o trabalho dos profissionais de saúde, além de ajudar toda a sociedade com dados verídicos e confiáveis.
Renan Tesch é Desenvolvedor IoT da célula de inovação da ART IT, especializada em soluções e serviços de TI