Os moradores de Ermelino Matarazzo, na Zona Leste de São Paulo, solicitam a reabertura do Hospital e Maternidade Menino Jesus e protocolaram um ofício à Secretaria Municipal de Saúde, com cópia para o Ministério Público do Estado de São Paulo. Com a ação, os moradores chamam a atenção para o grave problema da saúde na região, onde o Hospital Dr. Alípio Correia Neto, conhecido como Hospital de Ermelino, chegou ao colapso, com 100% dos leitos das UTIs ocupados devido à crise provocada pela Covid-19.
Localizado no coração do bairro, o equipamento público foi adquirido pelo município em 2014 por R$ 2,5 milhões, na gestão de Fernando Haddad, para ser transformado em “Hospital Dia”, da rede Hora Certa. O espaço, após investimentos da ordem de R$ 5 milhões para a reforma e compra de equipamentos, seria responsável pela realização de cirurgias simples. Quase 6 anos depois, nada mudou, e o espaço continua abandonado, inclusive pela zeladoria urbana.
Agora, o movimento dos moradores, capitaneado pela Frente Democrática Ermelino Matarazzo, pede a apresentação imediata de um plano para a abertura. “Requeremos a imediata apresentação de um plano de gestão emergencial de abertura e funcionamento do Hospital e Maternidade Menino Jesus, em função da atual crise e, especialmente, em virtude da supremacia do interesse público”, afirma em nota.
“Em caráter de urgência, requer-se ainda a apresentação de um plano de atendimento/orientação voltado aos moradores do bairro de Ermelino Matarazzo já infectados pelo Covid-19”, complementa. O documento é assinado por diversos movimentos e coletivos do bairro, como Ocupação Cultural Ermelino Matarazzo, Unidos de Filhos do Zaire, Paróquia São Francisco de Assis, Jardim Verônia Esporte Clube e Projeto Varre Vila.
Com mais de 200 mil moradores, o bairro de Ermelino enfrenta problemas crônicos relacionados à saúde por falta de investimentos e de atenção do poder público. O Hospital de Ermelino, único no bairro e que atende também pacientes de outras regiões da Zona Leste, vive quase sempre à beira do colapso e com pacientes pelos corredores por falta de leitos. Em situações como a atual, o quadro fica ainda mais difícil para quem depende do atendimento.