Pensando no bem-estar emocional de quem está na linha de frente do combate ao Covid-19, o Hutrin – Hospital Estadual de Urgências de Trindade (GO) disponibiliza para todos os profissionais de saúde apoio psicológico gratuito. A solicitação partiu dos gestores, preocupados em preservar ao máximo seus profissionais. “Com esse serviço a gente está prevenindo casos de depressão, estresse agudo, Burnout, entre outros problemas que podem aparecer em um ambiente que requer atenção e cuidado constantes”, explica Getro de Oliveira Pádua, diretor do Hutrin.
E o serviço, que começou de forma experimental, em março, agora é efetivo. Foi o jeito que o Hutrin encontrou para dar suporte aos colaboradores. São médicos, enfermeiros, técnicos e profissionais da área de suporte que estão sob pressão intensa e muitas vezes precisam desabafar com alguém sobre as dificuldades do dia a dia.
Pandemia
“É uma situação muito incomum essa da pandemia e é natural sentir medo e ansiedade. Por isso quando me chamaram para ajudar eu abri a agenda para que todos pudessem ter aqui mesmo, no Hutrin, um ponto de apoio”, explica Polliana Alves Araujo, psicóloga que trabalha no Hutrin há um ano. Agora, ela dedica parte do seu tempo a atender os colegas. O trabalho com pacientes não sofreu interferência, até porque as cirurgias e procedimentos eletivos estão suspensos.
Os gestores, que ajudaram a viabilizar o atendimento, não têm acesso às informações. Tudo é marcado direto pelo Whatsapp da profissional que encaixa as conversas combinando as agendas de todos.
Terapia
Para os profissionais de saúde o atendimento de Polliana segue tanto as normas do Conselho Federal de Psicologia, que prevê tanto confidencialidade e discrição, como também as normas sanitárias obrigatórias no hospital por causa do coronavírus. Ou seja, ela atende individualmente os pacientes na sua sala, mas todos seguem os cuidados de usar equipamentos de proteção individual e manter distância para evitar os riscos de contaminação.
Depois de uma conversa muitos profissionais saem mais tranquilos para voltar ao trabalho. “De outro jeito eles não teriam nem tempo nem disposição para se cuidar”, resume a profissional.