Aumento do número de mortes por Covid-19 no Brasil pode estar relacionado ao estresse, diz neurocientista

Em 2019 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o Brasil é o país com o maior número de pessoas que sofrem com a ansiedade no mundo. Segundo o neurocientista, neuropsicólogo, psicanalista, nutricionista e filósofo Fabiano de Abreu, a ansiedade, que está relacionada ao estresse, pode ser um dos fatores responsáveis pelo aumento do número de mortes por Covid-19. Esta correlação pode ser feita uma vez que o estresse e a baixa imunidade estão relacionados.

“A ansiedade é um mecanismo de fuga natural no ser humano, estamos em um momento de incertezas e esse receio/medo potencializa a ansiedade. Se já somos o país com maior número de ansiosos, como estão esses considerados ansiosos demais nos dias de hoje? A ansiedade está relacionada ao estresse já que ela é a pulsão para sairmos daquela situação e quando não há solução, a falta, potencializa a ansiedade aumentando o estresse e baixando assim a imunidade. Uma má alimentação devido ao pouco tempo que temos para dispensar conosco mesmo e a vida atribulada que temos, associados aos problemas do cotidiano e adicionando o momento que vivemos, entendo então que os brasileiros são o povo com maior risco em relação a esta perigosa doença.”

Fabiano de Abreu que também é pesquisador explica a relação do estresse com a baixa imunidade, que é fator primordial para combater a doença. Pessoas com imunidade baixa são as de maior risco de morte se infetados pelo Coronavírus.

“O estresse ou ansiedade potencializada, como chamo, compromete a imunidade pois causa alterações psicofisiológicas que ocorrem quando estamos estressados. O estresse faz aumentar a produção do hormônio cortisol, responsável por controlar o mesmo. Quando o estresse é contínuo, o cortisol atua com a função de o eliminar; o estresse, por sua vez, cria resistência ao cortisol, o que leva a um estado de inflamação crônica que compromete o sistema imunológico.”

Fabiano fala também sobre o maior risco de contágio no Brasil devido a densidade populacional e compara à Europa, onde vive atualmente. “Aqui na Europa não estão se cuidando, estive em Paris e ninguém estava de máscara, achamos um absurdo isso. A questão é a densidade populacional que no Brasil é muito maior. Portugal, Espanha, França com exceção de Paris, é tudo espaçado. Cidades como Porto e Lisboa, por exemplo, têm a mesma quantidade de habitantes de uma cidade pequena no Brasil”.

Redação

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