Uma ação que começou com uma postagem numa rede social está mobilizando mais de 200 pessoas, espalhadas pelo Brasil inteiro, para produzir e doar equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus. São engenheiros, professores, estudantes e técnicos, cada um com sua especialidade, atuando de forma colaborativa para aumentar os estoques de EPIs que são escassos no país. Mais de 3.500 máscaras já foram produzidas e doadas.
Com cerca de 50 funcionários, a empresa de fabricação de resinas para impressão 3D, Yller Biomateriais foi recém-adquirida pela Neodent e viu sua produção reduzir com a chegada do coronavírus ao Brasil. Veio então a ideia de fazer uma postagem no LinkedIn colocando a indústria de Pelotas à disposição de projetos de combate à pandemia.
A partir daí os contatos não pararam e a empresa agora repassa a matéria-prima para a impressão em 3D de peças usadas na montagem de óculos e máscaras de proteção de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. “São pessoas e pequenos grupos que tinham impressoras 3D e decidiram colocá-las para funcionar com esse mesmo propósito. Dentro da nossa equipe, se fossemos pensar apenas na nossa rotina tradicional de trabalho estaríamos hoje parados. Mas decidimos focar nesse objetivo comum”, conta o CEO e Fundador da Yller, Dr. Fabrício Ogliari.
Os clipes feitos nas impressoras 3D são peças estruturais que servem para adaptar os óculos de proteção ou viseira ao rosto, um ajuste imprescindível para que os equipamentos sejam efetivos. Os insumos saem do Rio Grande do Sul para várias partes do Brasil. Após contato inicial, a Yller faz uma triagem e destina a resina para os interessados, que produzem as peças finais e doam para hospitais de suas regiões. Mais de 50 solicitações já foram atendidas pela empresa em projetos nos estados de SP, RS, SC, BA e RJ.
“Acreditamos que criar redes colaborativas que se articulam na defesa à vida é um dos caminhos para vencermos essa situação. Juntos, e somente assim, sairemos desse momento difícil que paralisa nossa saúde, nossa vida em sociedade e nossa economia”, diz o CEO.