O COC – Centro de Oncologia Campinas (SP) preparou uma série de ações envolvendo pacientes, funcionários e colaboradores para reforçar a campanha Agosto Verde Claro. Instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a campanha foca na conscientização e no combate aos Linfomas. Palestras on-line, incursões nas redes sociais e orientações a pacientes e funcionários estão entre as atividades programadas pelo COC para divulgar esclarecimentos sobre este tipo de câncer e alertar para a necessidade de diagnóstico precoce.
“Febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento, além de crescimento ganglionar, são sinais importantes”, detalha o oncologista Fernando Medina da Cunha, do COC, sobre alguns dos sintomas da doença. O Linfoma é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático. “Em um determinado momento, ocorre uma mutação na célula chamada linfócito e ela passa a se multiplicar desordenadamente”, detalha Medina.
Os linfomas são classificados em dois grupos: de Hodgkin ou não Hodgkin. O primeiro tipo se espalha de maneira mais ordenada, é menos agressivo e tem melhores prognósticos de cura. “O Linfoma de Hodgkin é mais frequente entre adultos jovens, em torno de 20, ou então após os 60”, esclarece. “O linfoma não Hodgkin tem evolução e prognóstico diferentes. No Brasil, este ano, a previsão é de 12 mil novos casos de não Hodgkin”, informa Medina. O tratamento básico é feito à base quimioterapia e radioterapia.
O hematologista do COC Vinicius Borges Grilo lembra que nos últimos 20 anos, houve grande avanço nos tratamentos. “A taxa de cura pulou de 40% para quase 85% dos casos”, explica. Contudo, o diagnóstico precoce é aliado do sucesso do tratamento. “A avaliação médica regular sempre será a melhor forma de prevenção.”
Benedito Vinicius Almeida Júnior, de 79 anos, é testemunha dos avanços dos tratamentos contra os Linfomas e da importância do diagnóstico precoce. Depois de vencer em 2008 um câncer de próstata e, na sequência, outro de bexiga, seu Benedito descobriu, em 2010, ao procurar atendimento no Centro de Oncologia Campinas, que estava com linfoma não Hodgkin.
Desde então, seu Benedito realiza acompanhamento a cada seis meses, o que se mostrou altamente eficiente para que vencesse outras três intercorrências de Linfoma. Vitorioso e bem-humorado, seu Benedito diz não ter medo algum do câncer. “Tudo o que preciso fazer é me cuidar e fazer o acompanhamento. Se aparecer de novo, sei onde ir e o que tenho de fazer para me curar”, garante.
Questionado sobre o que mudou em sua vida após o linfoma, seu Benedito dá uma gargalhada, antes de explicar. “Nada, tenho 79 anos e disposição para catalogar por data de emissão os dez mil selos da minha coleção. Quando me canso de ficar em casa, pego o carro e dirijo pela cidade para desestressar”.