Enquanto a segunda onda da Covid-19 já aconteceu em vários países, como China, Alemanha e Israel, aqui no Brasil há uma preocupação crescente com o número de pacientes com doenças graves que estão deixando de ir ao hospital. “A segunda onda provavelmente não será causada pela Covid-19, mas pela quantidade enorme de pacientes que retornarão para serem tratados por outras doenças em uma situação muito pior do que se encontravam antes da pandemia, já que o medo os afugentou dos hospitais”, afirma Gustavo Judas, presidente da Sociedade de Cirurgia Cardiovascular do Estado de São Paulo. “Alguns problemas cardíacos, por exemplo, não podem esperar até a pandemia acabar”.
Segundo uma pesquisa feita pela entidade em 15 cidades do estado no período de 27 de abril a 12 de maio, mais da metade das cirurgias cardíacas foram canceladas: uma redução de 51 a 60% das cirurgias cardíacas nos serviços do SUS, e de 81 a 90% nos serviços particulares. “Diversos países com bons sistemas de saúde e que estão retomando suas atividades em uma situação muito próxima da normalidade, estão enfrentando um aumento de demanda por serviços de saúde maior que sua capacidade de atendimento o que tem acarretado maior espera para determinados agravos à saúde”, afirma Gustavo Judas. Para ele, no começo da pandemia o medo de ir ao hospital foi justificado, pois houve uma alta contaminação entre profissionais de saúde já que pouco se sabia sobre o modo de transmissão do vírus. “Hoje o risco de se contaminar no hospital é muito reduzido, porque já aprendemos a manejar sua transmissibilidade”.
Tecnologias modernas oferecem maior segurança e reduzem tempo de internação hospitalar
Várias tecnologias utilizadas nas cirurgias cardíacas, além de darem maior segurança ao paciente, reduzem o tempo de estadia do paciente no hospital. Segundo Gustavo Judas, pessoas com estenose aórtica – problema das válvulas do coração que afeta entre 2 a 7% da população acima dos 65 anos – não devem esperar muito para serem tratadas, principalmente se tiverem sintomas de cansaço, dor no peito e/ou tontura. A boa notícia é que a válvula cardíaca sem sutura Perceval facilita a cirurgia de troca da válvula aórtica, diminuindo o tempo de permanência em UTI, economizando recursos hospitalares e trazendo mais conforto e segurança aos pacientes.
Além disso, nas cirurgias cardíacas onde ocorre muita perda de sangue, a técnica de autotransfusão pode ser utilizada. Esta permite que o próprio sangue “perdido” pelo paciente durante a cirurgia seja processado e retransfundido, evitando-se assim infecções e problemas de compatibilidade sanguínea, o que acaba reduzindo o tempo do paciente no hospital. Em época de incertezas quanto à triagem do sangue em relação à presença do coronavírus e ao próprio desabastecimento dos bancos de sangue, a utilização da autotransfusão, como o sistema XTRA, pode ser a alternativa a seguir. “Com estas e outras tecnologias e o conhecimento que já temos sobre o coronavírus, o lugar mais seguro para quem precisa de uma cirurgia cardíaca é o hospital”, afirma Gustavo Judas. “Como presidente da Sociedade de Cirurgia Cardiovascular do Estado de São Paulo, faço um apelo a médicos e pacientes que não esperem passar a pandemia para problemas que podem se agravar se não tratados agora”.
Menor custo para o paciente e para as seguradoras
“É importante frisar que além de serem seguras, estas tecnologias pesam menos no bolso do paciente e das seguradoras”, afirma Fábio Zanini, diretor da LivaNova, especislista em tecnologias inovadoras para a área cardiovascular. “Tanto a válvula cardíaca sem sutura Perceval, quanto o sistema XTRA, para autotransfusão, permitem que os pacientes passem menos dias na unidade de terapia intensiva, barateando consideravelmente o custo de sua internação”.