No relógio, o cronômetro é decisivo. Sem intervalos ou acréscimos. Como em uma partida de futebol, 90 minutos são determinantes para a realização do atendimento de emergência de um paciente infartado, segundo as diretrizes internacionais.
Da chegada ao pronto-socorro até a desobstrução da artéria afetada, tudo deve ocorrer em 1 hora e meia. Nestes minutos cruciais, nos quais será definido o futuro do paciente, é preciso fazer o diagnóstico correto do infarto e depois encaminhá-lo ao tratamento.
Foi pensando em melhorar a média de tempo desses atendimentos que o HCor implantou, há quase 10 anos, o Programa de Infarto Agudo do Miocárdio. A iniciativa permitiu que a taxa de pacientes que conseguem fazer a reabertura coronária em menos de 90 minutos chegasse a 90%, e reduziu a mortalidade desses pacientes com quadros agudos de 6% para 3%.
De acordo com o Dr. Leopoldo Piegas, cardiologista e coordenador do Programa do Infarto Agudo do Miocárdio HCor, a redução de 6% para 3% de mortalidade é bastante expressiva para uma doença com tamanha incidência no Brasil, que pode registrar uma vítima a cada cinco minutos.
“Para se ter uma ideia, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil brasileiros sofrem infarto agudo do miocárdio por ano, com uma alta taxa de mortalidade, que pode chegar a 30%”, destaca o cardiologista.
Os lances dos 90 minutos
O paciente que dá entrada no pronto-socorro passa por uma triagem e é submetido a um exame de eletrocardiograma para confirmar o diagnóstico.
Só então, com a confirmação do quadro, esse paciente começa a ser preparado para a desobstrução da artéria coronária responsável, o chamado cateterismo com implante de um stent.
“O stent é um tubo minúsculo feito de um metal colocado pela virilha ou punho, que chega ao coração para devolver um fluxo sanguíneo próximo ao normal na artéria coronária responsável pelo infarto”, explica o Dr. Piegas.
Programa de Cuidados Clínicos HCor
O HCor foi o primeiro hospital do Brasil a receber a certificação de qualidade internacional da Joint Commission International (JCI) para um programa clínico de Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio, em 2013 (sendo recertificado em 2015 e 2018). Isto confirma a qualidade e segurança na assistência para os seus pacientes durante a internação e após a alta hospitalar.
Todo o atendimento desses pacientes infartados é conduzido por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, educadores físicos e assistentes sociais.
O time atua de forma integrada, com o objetivo de melhorar os resultados do diagnóstico e tratamento e promover a educação do paciente e seus familiares, com acompanhamento pós-alta, através de contato telefônico para verificar adesão ao tratamento, e encaminhamento precoce se houver demanda, reduzindo o risco de readmissões.
A atuação de uma equipe múltipla também garante que o paciente tenha atendimento especializado independentemente da complicação que possa vir a ter.