Dia Mundial do Pulmão 2020 focará em infecções respiratórias

Este ano, a pandemia da Covid-19 evidenciou para o mundo os riscos, a alta mortalidade e a alta incidência de doenças respiratórias na nossa sociedade. As doenças pulmonares são uma das maiores preocupações de saúde a nível mundial, causando cerca de um sexto do total de mortes em todo o mundo¹. Elas podem infectar as vias respiratórias superiores (nariz, seios da face e garganta) e, de maneira mais preocupante, as vias respiratórias inferiores e os pulmões².

Para ampliar a visibilidade e conscientização sobre o impacto dessas doenças, o Dia Mundial do Pulmão 2020, celebrado no dia 25 de setembro, focará em Infecções Respiratórias, demandando a ampliação de pesquisas para prevenir, detectar e tratar essas doenças, em especial a Covid-19 e a Tuberculose. Dentre os principais objetivos da campanha esse ano estão a ampliação da divulgação e conhecimento sobre os sintomas, como tosse, dificuldade para respirar, falta de ar, febre, perda de peso e dores no peito ao respirar; do acesso a tratamentos efetivos e vacinação acessíveis para todos; e da educação sobre a importância da vacinação contra gripe e pneumocócica.

No Dia Mundial do Pulmão, às 16h, será realizada a Live do Pulmão, organizada pela Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (ABRAF) em parceria com a Organização Global do Dia Mundial do Pulmão, com apoio da Fundação ProAR, do Instituto Unidos Pela Vida e da Associação Carioca de Assistência a Mucoviscidose (ACAM-RJ). O evento será transmitido pelo canal da ABRAF no YouTube e seu tema será “Quais as necessidades dos pacientes de doenças pulmonares?”. O encontro contará com diversas participações:

  • Deputado Pedro Westphalen, médico e propositor da Frente Parlamentar de Doenças Pulmonares Graves;
  • Paula Menezes, presidente da ABRAF;
  • Rosemari Tieges, paciente de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e Coordenadora de Atividades da ABRAF;
  • Cristiano Silveira, presidente da ACAM-RJ;
  • Antenor Melchioratto, paciente de Asma Grave e Hipertensão Pulmonar;
  • Dra. Marina Lima, pneumologista e coordenadora de pesquisa do Hospital Dia do Pulmão – SC;
  • Dr. Rafael Stelmach, Professor Doutor em Pneumologia no HCOR/HCFMUSP e Presidente da Fundação ProAR.

Articulação pela ampliação da conscientização

A Fundação ProAR, formada por profissionais da saúde, pacientes e apoiadores, adverte que as doenças respiratórias crônicas têm sido negligenciadas na formação de políticas públicas adequadas, em comparação a outras doenças crônicas, tais como o diabetes, a hipertensão arterial e o câncer³.

O Deputado Federal Pedro Westphalen (PP-RS), apoiado amplamente pela sociedade civil, principalmente por meio da CDD – Crônicos do Dia-a-Dia; ABRAF; Fundação ProAR; FEBRARARAS – Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras e Instituto Unidos pela Vida – Fibrose Cística , está liderando a abertura da Frente Parlamentar de Prevenção às Doenças Pulmonares Graves, que visa ampliar a articulação e debate em prol da elaboração de políticas públicas que garantam o diagnóstico e tratamento de qualidade no SUS, com foco em fibrose cística, asma grave, DPOC e HAP.

O objetivo principal é a criação de um espaço institucional para debater de forma produtiva e propositiva as necessidades, desafios e propostas das comunidades de pacientes, familiares, pesquisadores e profissionais de saúde ligados às Doenças Pulmonares Graves, garantindo assim o desenvolvimento de políticas públicas de saúde adequadas para milhões de brasileiros acometidos por estas graves e impactantes doenças.

“Estamos criando a Frente Parlamentar de Doenças Pulmonares Graves e Raras, para ampliar os debates sobre o tema e analisar propostas com foco nos pacientes. Precisamos sensibilizar o parlamento e o setor executivo garantindo assim o desenvolvimento de políticas públicas permanentes e acessíveis às pessoas acometidas por estas graves doenças”, destaca o deputado federal, Pedro Westphalen.

Impacto na sociedade

Nos últimos anos, a incidência de Doenças Respiratórias Crônicas (DRC) têm aumentado, especialmente entre crianças e idosos, afetando sua qualidade de vida, provocando incapacidade nos indivíduos afetados e, consequentemente, causando grande impacto econômico e social4.

Muitas pessoas vivendo com doenças pulmonares graves recebem diagnóstico incorreto e acabam não recebendo tratamento adequado, favorecendo agravamento da doença, internações desnecessárias, danos irreversíveis à função pulmonar e até mortalidade prematura5,6. Segundo o Mapa Assistencial da Saúde Suplementar 2019, publicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as doenças respiratórias representaram o maior número entre as causas de internações hospitalares de usuários dos planos de saúde.

Referências:

  • Paulo A. Camargos; JARDIM, J. R. B.; ROSÁRIO FILHO, Nelson Augusto; Machado, M.C.L; BARRETO, Maurício L; NASPITZ, C. K.. Aliança global contra doenças respiratórias crônicas? GARD no Brasil. Gazeta Médica da Bahia, v. 78, p. 69-74, 2008.
  • FIRS: Forum of International Respiratory Societies. The Global Impact of Respiratory Disease – Second Edition. Sheffield, European Respiratory Society, 2017.
  • Fundação Pró-Ar. Por uma vida com mais ar. Carta Aberta à Sociedade. Disponível em: www.fundacaoproar.org.br/em-que-acreditamos . Acesso em: 10 de junho de 2020.
  • BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças respiratórias crônicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Cadernos de Atenção Básica, n. 25) (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
  • Cruz AA, Camargos PA, Urrutia-Pereira M, Stelmach R. Global Alliance against Chronic Respiratory Diseases (GARD) Brazil success case: overcoming barriers. J Thorac Dis 2018;10(1):534-538. doi: 10.21037/jtd.2018.01.40
  • Fundação Pró-Ar. Por uma vida com mais ar. Carta Aberta à Sociedade. Disponível em: www.fundacaoproar.org.br/em-que-acreditamos. Acesso em: 10 de junho de 2020.
Redação

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