A escuta sensível da equipe, aliada a procedimentos técnicos de excelência, é característica do Serviço de Neonatalogia do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS). No dia 22 de outubro, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da instituição completa 35 anos, com uma trajetória marcada pelo desenvolvimento e respeito à vida. Nos últimos 10 anos, a UTI atendeu mais de 7.200 bebês — a grande maioria prematuros, que precisavam da terapia neonatal para completar seu desenvolvimento.
O último caso que marcou não apenas os colaboradores do hospital, como um país inteiro, foi a alta hospitalar de Marina. Ela nasceu com 22 semanas e três dias de idade gestacional, 483 gramas e 27 centímetros. Durante a internação, por quatro meses a prematura recebeu leite materno exclusivo da própria mãe, fato raro na medicina. No dia 24 de julho, com 54 centímetros e 3,360 kg, Marina teve alta. “Ela foi a bebê mais imatura a sobreviver certamente no Estado e talvez no Brasil”, observou, à época, o pediatra neonatologista do Hospital Moinhos Alexandre Holmer Fiore.
Para a chefe do Serviço de Neonatologia do Hospital Moinhos de Vento, Desirée Volkmer, ao longo destes 35 anos desenvolveu-se o modelo médico assistencial multiprofissional diferenciado, que é referência nacional. “Com mais acesso às novas tecnologias, que colocou a possibilidade de tratamento de recém-nascidos extremamente prematuros ao nosso alcance, conseguimos adaptar e melhorar protocolos e rotinas, além do cuidado diferenciado. Tudo isso aumentou a sobrevida e diminuímos consideravelmente as morbidades”, salienta.
Em números, o hospital tem um índice de 100% em 2020, quando se trata de alta de prematuros extremos com aleitamento na alta. O levantamento de sobrevida em prematuros extremos no hospital, ou seja, a quantidade de bebês que sobrevivem, chegou a 100% em 2018 e 90,9% em 2019.
35 anos celebrados de forma virtual
A maneira que o Hospital Moinhos de Vento encontrou para solenizar a data foi realizado um Simpósio Internacional. O evento online ocorre no sábado (24) e se inicia às 8h30min. Entre os diversos convidados estão Guilherme Santana, que atua no Canadá e trará cases do país, e Mario Cícero Falcão, professor colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e pesquisador na área de metabolismo infantil, que abordará a relevância da Nutrição no desenvolvimento global do bebê prematuro. Além disso, Cristina Targa, pediatra e gastroenterologista do Hospital Moinhos, desenvolverá o assunto de microbiota do prematuro.
As inscrições podem ser feitas por meio deste link.