A pandemia do novo Coronavírus impactou os sistemas de saúde do mundo todo, que tiveram um aumento na demanda de pacientes com Covid-19 e precisaram criar fluxos específicos. Por outro lado, houve uma queda na procura por atendimento médico para outras doenças graves, como o acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com uma pesquisa com membros da World Stroke Organization, houve uma redução entre 50% e 70% nas admissões por AVC na pandemia, em comparação com o mesmo período de 2019.
O motivo está relacionado, provavelmente, ao receio dos pacientes com sintomas leves irem ao hospital e serem infectados pelo novo Coronavírus. “Os dados alertam para a importância de retomar o cuidado, tanto para prevenção quanto para o tratamento rápido, nos casos em que as pessoas forem acometidas pela doença. A Covid-19 pode elevar o risco de AVC isquêmico, quando há a interrupção do fluxo sanguíneo na região cerebral, em razão da formação excessiva de coágulos (hipercoagulabilidade) que muitas vezes são formados na forma grave da infecção pelo novo Coronavírus”, explica Polyana Piza, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
Segundo informações da World Stroke Organization, o AVC é a segunda doença que mais mata no mundo e a primeira causa de incapacidade, acometendo quase 14 milhões de pessoas por ano. Uma forma rápida e eficaz de detectar a enfermidade é por telemedicina. “Esse recurso contribui para acelerar o tratamento e evitar sequelas ou até mortes e está sendo utilizado em nossos hospitais do SUS”, complementa Polyana.
O atendimento médico imediato ao perceber os indícios da doença é muito importante para estabelecer o tratamento mais adequado e reduzir os riscos de sequela. As opções terapêuticas costumam ser a indicação de trombolíticos e anticoagulantes ou até mesmo cirurgia para a retirada de coágulo e revascularização da área comprometida, além de reabilitação.
Raios X do AVC
Tipos: O acidente vascular cerebral pode ser classificado de duas formas. O mais comum é o isquêmico, que ocorre quando o fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral é obstruído, interrompendo a circulação de sangue no local. O outro tipo é o hemorrágico, decorrente do rompimento de um vaso sanguíneo que ocasiona o extravasamento de sangue no interior do cérebro.
Fatores de risco: sedentarismo, tabagismo, hipertensão, diabetes, estresse, colesterol elevado, obesidade.
Principais sintomas: dificuldade para falar, desequilíbrio, alteração ou perda da visão, tonturas, e paralisia de um lado do rosto.