Balão de engolir: técnica inovadora e menos invasiva trata a obesidade

O balão intragástrico, usado como auxiliar no tratamento do sobrepeso e da obesidade, ganhou nova versão que dispensa qualquer procedimento invasivo, internação hospitalar, sedação ou anestesia para a colocação: o balão deglutível ou de engolir.

“Essa técnica foi projetada na Universidade de Harvard, já é adotada em vários países do mundo e agora pode ser uma opção para os brasileiros no combate à obesidade. “A implantação deste balão no estômago é simples e muito rápida. Por meio de uma tecnologia especial, ele é colocado em uma cápsula que pode ser engolida com água com o paciente acordado e sentado em uma cadeira. Ao chegar ao estômago, o médico então enche o balão por meio de um tubo minúsculo, que depois é removido pela boca”, explica o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o médico cirurgião bariátrico Almino Cardoso Ramos, que também foi presidente da IFSO – Federação Internacional para a Cirurgia de Obesidade e Transtornos Metabólicos.

Um estudo realizado na Universidade de Sapienza, em Roma, Itália, com 42 pacientes obesos – 29 homens e 13 mulheres – que engoliram este tipo de balão intragástrico e permaneceram com ele no estômago por 16 semanas, comprovou a eficiência do método. A média de eliminação de peso foi de 15 quilos por paciente, o que correspondeu a 31% do excesso de peso. Os pesquisadores não notaram nenhum efeito adverso significativo.

Após quatro a cinco meses, o balão sofre um processo de degradação e é eliminado diretamente pelas fezes. “Mais do que auxílio na perda de peso, o balão é uma ferramenta poderosa na reeducação alimentar e na reestruturação da qualidade de vida”, afirma Ramos.

No método tradicional, o balão deve ser colocado com sedação ou anestesia e realizado por procedimento endoscópico. Já para a retirada, o processo deve ser repetido.

“Como o procedimento para este balão deglutível não requer cirurgia ou endoscopia, pode ser uma opção para qualquer paciente com sobrepeso ou obesidade inicial. No entanto, não deve ser uma opção de tratamentos de longo prazo ou para pacientes com obesidade severa onde a cirurgia bariátrica apresenta melhores resultados”, finaliza o cirurgião bariátrico Almino Ramos.

Redação

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