O dia 6 de novembro vai ficar marcado na memória do advogado Guilherme Kovalski Lima, de 35 anos. Após 101 dias de internação da unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), devido a complicações da Covid-19, ele ganhou uma linda homenagem da família e amigos ao receber alta para a enfermaria.
Diabético e hipertenso, Guilherme foi internado no hospital no dia 27 de julho, após oito dias da confirmação do diagnóstico do Coronavírus. No dia seguinte, devido a uma trombose pulmonar, uma das principais complicações da doença, precisou ser encaminhado às pressas para UTI. “Eu estava em casa quando ele me ligou da UTI dizendo que precisaria ser entubado, mas os médicos iam deixar eu vê-lo antes disso. Larguei tudo e saí correndo. Foi o pior dia da minha vida”, conta a esposa Jaqueline Lima, com quem Guilherme tem duas filhas, de 7 e 1 ano. “Por isso essa alta é motivo de muita alegria para todos nós. A equipe foi de um cuidado ímpar com ele e com a gente. Hoje sou só agradecimento”, ressaltou.
Durante a homenagem, as equipes de enfermagem e psicologia levaram o paciente até uma das sacadas do hospital para que ele pudesse ver família e amigos de corais de Curitiba e São José dos Pinhais cantarem uma das músicas que o paciente, que também é músico, balbuciou durante um dos contatos com a família. Finalizando a ação, 101 balões também foram soltos, representando o período de internação na terapia intensiva.
“Guilherme é hoje como um irmão para todos nós da UTI. Não tem como não nos envolvermos com os pacientes, ainda mais os que ficam por períodos mais longos como foi o caso do Guilherme. É um dia muito feliz para todos nós, a certeza de que todo trabalho valeu a pena e a parte mais difícil terminou”, explica o intensivista e chefe da UTI do hospital, Jarbas da Motta Júnior.
Guilherme ainda precisa do oxigênio e a previsão é que fique em torno de 3 semanas internado em um quarto do hospital, antes de receber a alta e ir para casa.