Urologistas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), de São Paulo, relatam que maioria dos pacientes que passam por cirurgia de câncer de próstata enfrenta problemas de incontinência urinária. O processo de recuperação, porém, pode ser reduzido em até 75% com o uso de fisioterapia no período de até seis meses. É o que mostra os dados do Ambulatório de Reabilitação do Assoalho Pélvico do HSPE, cujos profissionais realizam, em média, 40 atendimentos por mês. Cada paciente recebe em torno de sete sessões de fisioterapia.
Geralmente, os pacientes são encaminhados para o setor de fisioterapia após dois meses da realização da cirurgia. Os fisioterapeutas realizam uma avaliação completa e o processo de reabilitação é iniciado com exercícios de contração para o fortalecimento dos músculos que sustentam a bexiga, o reto, a próstata e os órgãos reprodutivos. Os pacientes replicam os exercícios em casa, em suas atividades rotineiras do dia a dia, como em uma caminhada, na fila do banco ou durante o trabalho.
Para a fisioterapeuta especialista em reabilitação pélvica do HSPE Dra. Priscila Midori Yoda de Mendonça, os pacientes chegam muitos ansiosos, com dúvidas e acham que os exercícios não irão resolver o problema. “Ensinamos como fazer os exercícios corretamente, além de acompanhar de perto a evolução individual ao longo de meses”, disse.
“Embora o processo operatório traga complicações, quanto mais precoce o diagnóstico maiores são as chances de cura do tumor e da incontinência urinária, uma vez que a cirurgia é menos agressiva e preserva o feixe vasculonervoso, responsável pela ereção e que auxilia na retenção da urina”, reforça o chefe do setor cirúrgico de próstata do HSPE, Dr. Renato Panhoca.