O que internautas brasileiros estão falando sobre as vacinas contra Covid-19

Com o mundo todo aguardando ansiosamente a comprovação de eficácia contra a Covid-19 de diversas vacinas em fase de testes, é natural que o tema tenha se tornado, nos últimos oito meses, um dos mais comentados pelos internautas ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

De acordo com um levantamento realizado pela Stilingue, plataforma de inteligência artificial para monitoramento e interação com consumidores, o termo “vacina” foi mencionado pelos brasileiros 3.2 milhões de vezes entre 01/03 e 25/11, revelando uma média de 12,2 mil citações por dia. Ao todo, 55% das contas envolvidas no assunto são atribuídas a perfis de homens, seguidos de 40% de mulheres e 5% de empresas.

Os picos de menções ao tema aparecem seguidos a declarações de governos e notícias diversas relacionadas às vacinas em desenvolvimento.

A CoronaVac aparece no topo da lista das vacinas mais discutidas pelos internautas brasileiros, com um volume quatro vezes maior de menções do que a segunda colocada, da Astrazeneca. Entre as narrativas nas quais a vacina chinesa está inserida aparecem menções ao envolvimento do Instituto Butantan, tido como um dos maiores centros de pesquisa do mundo.

O sentimento positivo em relação a CoronaVac teve um aumento de 228% nos últimos três meses. Destacaram-se, entre os internautas, assuntos como os altos índices de eficácia e segurança da vacina, além possibilidade de imunização gratuita pelo SUS.

Comunicados oficiais assumindo erros na fase de testes da Astrazeneca ajudaram a emplacar a vacina produzida em parceria com a Universidade de Oxford, na Inglaterra, na segunda posição no ranking das vacinas mais comentadas pelos brasileiros. Apontada pelos perfis brasileiros como a “mais barata e de fácil produção”, a vacina de Oxford também aparece em contextos positivos relacionados à agilidade no desenvolvimento e testagens pelos britânicos.

Na terceira posição está a Sputnik V, desenvolvida pela Rússia. No Brasil, as menções relacionadas a esta vacina aparecem em contextos que envolvem palavras como Bahia e Paraná, em narrativas que seguem o acordo dos estados para testar e, posteriormente, distribuir a Sputnik V. Apesar de esta ser a vacina mais associada pelos internautas ao termo “medo”, ela também aparece em contextos otimistas, que destacam os testes bem-sucedidos que já ocorreram com militares, com registro de 95% de eficácia e sem efeitos colaterais significativos.

Uma das vacinas mais aguardadas de acordo com as menções dos brasileiros é a produzida pela Pfizer. Ainda que tenha atingido 37% de menções em contextos positivos nos últimos três meses, as discussões relacionadas à Pfizer ilustram principalmente as preocupações com a logística e o interesse pela compra de lotes da vacina seja via governos ou pessoas físicas.

Já a vacina menos lembrada, de acordo com apuração de dados da Stilingue, é a produzida pela farmacêutica Moderna, nos Estados Unidos. Entre as menções, os internautas destacam a estabilidade de 30 dias em temperaturas de refrigeradores comuns e sua eficácia divulgada de 94,5%.

Redação

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