Região Sudeste é a de maior incidência do câncer de pele

Dr. Aldo Toschi, coordenador de dermatologia do IBCC Oncologia. Foto: ACS IBCC Oncologia

A cada ano, em média, surgirão 185.380 novos casos de câncer de pele no Brasil. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é para ocorrências anuais no período de 2020 a 2022 e inclui o melanoma cutâneo (cerca de 5% do total), mais raro e com alto índice de mortalidade. Os sarcomas e linfomas cutâneos bem mais raros completam 1% do número total de casos e os cânceres não melanoma, que representam 94% do total dos casos de câncer de pele.

Durante o mês de dezembro, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove uma campanha de prevenção ao câncer de pele, o tipo mais frequente no ser humano. A utilização de filtro solar é um dos cuidados diários que podem e devem ser usados para prevenir este câncer.

“Infelizmente ainda existem pessoas que não entendem o verdadeiro significado de Fotoproteção. Ela é um conjunto de medidas e hábitos a serem incorporados desde cedo. É necessário ensinar, desde a infância, sobre a importância de utilizar chapéus, bonés, camisas com proteção UV durante a prática de esportes ao ar livre durante o ano todo mesmo fora do período de férias. Claramente esse cuidado deve ser redobrado quando se for à praia ou piscinas nos meses mais quentes”, explica o coordenador de dermatologia do IBCC Oncologia, Dr Aldo Toschi.

O uso diário de protetores solares em pessoas de pele, olhos e cabelos claros, ruivos ou que vivam em cidade muito quentes evitam ainda o envelhecimento precoce, além do desenvolvimento do câncer de pele. Se você está nesse grupo de risco, cuide-se e ajude a divulgar esses conceitos.

A região sudeste, ainda de acordo com as estimativas do INCA, é a que representa a maior parcela da população acometida por câncer de pele em função de ter uma população de pele clara oriunda do processo de imigração europeia e da exposição muito intensa à luz solar.

Detecção precoce

Sempre que você observar manchas estranhas e incomuns em seu corpo, procure imediatamente um dermatologista. Quando descoberto logo no início, as chances de cura do câncer de pele aumentam significativamente, então esteja atento aos sinais do seu corpo e não deixe de buscar um profissional para investigar melhor a sua situação.

Melanoma e não melanoma

De acordo com o Dr. Aldo Toschi, entre os tipos de câncer não melanoma existem dois mais comuns: o basocelular (carcinoma de células basais) e o espinocelular (carcinoma de células escamosas). Estes acontecem quando há exposição crônica ao sol e atinge mais pessoas de pele e olhos claros e adultos acima de 40. “Apesar do índice elevado, se tratado precocemente o percentual de cura é alto, estudos mostram respostas de 60% a 98% em 5 anos de seguimento de acordo com a terapia utilizada (clínica ou cirúrgica)”, destaca o coordenador médico da dermatologia do IBCC Oncologia.

Quais os sinais do câncer de pele?

Feridas que não cicatrizem, lesões, pintas ou sardas que cresçam rapidamente devem ser investigadas por médicos especialistas. Os check-ups anuais patrocinado pelas grandes empresas já incluem a visita ao dermatologista.

A prevenção e o acompanhamento com dermatologista deve ser rotina para pacientes de maior risco e histórico pessoal ou familiar de câncer de pele. Para quem teve melanoma as visitas devem ser realizadas a cada seis ou doze meses com o dermatologista e/ou o oncologista clínico.

Cura

Apesar de o melanoma ter alto índice de mortalidade, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce através do exame dermatoscópico. “Há 25 anos, começamos, pioneiramente, a fazer esse exame no IBCC. Através de lentes especiais que detectam o melanoma antes da invasão da derme mais profunda. Isso faz toda a diferença quando se fala em sobrevida a um tumor potencialmente tão agressivo”, complementa.

O INCA elaborou 5 principais dicas para se proteger do câncer de pele:

  1. Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h;
  2. Procurar lugares com sombra;
  3. Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas;
  4. Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 15, no mínimo;
  5. Usar filtro solar próprio para os lábios.

Recomendações especiais do IBCC Oncologia para qualquer idade quando há fator de risco:

  1. Não se esqueça dos dias quentes e nublados. O “mormaço” também queima a pele;
  2. Não acredite que ficar na piscina reduz a chance de sofrer queimaduras solares. A luz penetra e se amplifica dentro da água a até 40 cm de profundidade.
  3. Proteja especialmente as orelhas, nuca, joelhos e dorso dos pés (todo mundo já voltou vermelho nessas regiões depois de um passeio ou pescaria).
  4. Passeios na montanha ou na neve aumentam a chance de queimadura solar (quanto mais alto se vai, mais perto do sol estamos também).

Mitos e verdades

Quanto maior número de fator de proteção solar maior é a sua proteção?

A eficácia de um protetor FPS 30 é praticamente a mesma de um protetor FPS 70 na primeira hora de aplicação. A partir disso a duração na pele e a eficácia se reduz. Se você for ficar somente 1 hora sob o sol, tudo bem. Se pretende ficar mais tempo, reaplique o protetor a cada hora ou após ter entrado na água.

Existe algum tipo de protetor solar mais recomendado?

Os protetores todos são bastante eficientes. Procure utilizar os menos oleosos e menos perfumados. As pessoas alérgicas costumam se sentir melhor com produtos feitos à base de filtros físicos e menos perfumes e conservantes.  Para quem é sensível ou possui dermatite atópica recomendamos usar filtros pediátricos.

A hereditariedade aumenta minhas chances?

Hereditariedade tem relevância neste tipo de câncer também. Se alguém de sua família teve câncer de pele muito jovem, fique atento.

Se há casos de melanoma, câncer de mama e pâncreas em parentes próximos (pais e irmãos) e você tem muitas pintas na pele, fique alerta.

Redação

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