Em um artigo recente na revista Heart Rhythm, os médicos descrevem como desligaram a função de desfibrilador cardíaco potencialmente salva-vidas de um dispositivo Medtronic implantado simplesmente segurando um iPhone 12 próximo a ele. Os autores não tinham nada pessoal contra a Medtronic, ou por falar nisso, contra o novo iPhone. A principal razão pela qual escolheram o telefone aqui foi porque ele é compatível com algumas das novas tecnologias mais avançadas disponíveis para várias comunicações e carregamento baseados em magnéticos.
Essa tecnologia, conhecida como MagSafe, é basicamente inofensiva. Ele normalmente integra carregador, magnetômetro e leitor NFC em um pacote compacto que depende de um alinhamento para uma operação eficiente. O problema, pelo menos para a Medtronic, são os ímãs que facilitam o posicionamento e encaixe. O iPhone 12, por exemplo, tem um anel deles em torno de sua bobina de carga central. Em suma, os ímãs permanentes nunca vão embora.
A menos que empresas como a Medtronic embarquem e adotem opções de configuração de dispositivos mais inteligentes, elas continuarão a bater de frente com os dispositivos de consumo. As opções mais inteligentes não precisam ser caras; basta olhar para o seu controle remoto de TV infravermelho barato. Esses dispositivos simplesmente funcionam. Eles usam um código descomplicado para garantir que não haja interferência de todas as outras fontes ambientais invariavelmente presentes. É provável que empresas como a Medtronic estejam trabalhando em soluções como essa.
Fonte: Joshua C. Greenberg, et al. Life Saving Therapy Inhibition by Phones Containing Magnets, Heart Rhythm. DOI: doi.org/10.1016/j.hrthm.2020.12.032
Rubens de Fraga Júnior é especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná
