Resolução que torna obrigatória especialização em enfermagem aeroespacial é aprovada

O número de transportes aéreos feitos no Brasil tem aumentado consideravelmente devido à pandemia da Covid-19. A doença está se alastrando com mais intensidade e até o momento matou mais 220.000 brasileiros (dados de 27/01) e infectou mais de 8 milhões. O transporte aeromédico tem servido como uma porta para rota de fuga frente ao colapso dos sistemas público e privado de diversos Estados. São Paulo, por exemplo, têm enfrentado negativas ou atrasos nas transferências aéreas de pacientes infectados pelo novo Coronavírus, devido à alta demanda. Manaus (AM), então, que tem sofrido as consequências da superlotação de hospitais e falta de materiais e equipamentos, também tem registrado um alto número de transferências aéreas.  

De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o Brasil tem hoje 40 empresas de aviação executiva com autorização para operar voos de UTI aérea. Uma delas, a Brasil Vida Táxi Aéreo, revelou que a demanda por UTIs aéreas explodiu em janeiro de 2021 e a quantidade de voos chegou a uma média de cinco por dia. Somente nos dois primeiros dias do ano, 11 pacientes de Covid-19 vindos de Rondônia, Mato Grosso, Pará, Tocantins e Bahia foram resgatados e transferidos de UTI aérea para hospitais de Goiânia e São Paulo.  Em 2020, a empresa realizou 800 voos do tipo.

“A Covid-19 veio mostrar também a importância e a necessidade do atendimento aéreo seja para casos pré-hospitalares ou para pacientes críticos. Não basta apenas que as aeronaves sejam modernas e disponibilizem equipamentos de última geração, os enfermeiros de voo também precisam ser qualificados para exercerem a função, mesmo porque existe uma série de limitações diferentes dos ambientes tradicionais, tais como a fisiologia e fisiopatologias de voos, além dos conceitos utilizados e terminologia própria da área. Os riscos relacionados ao campo do exercício da profissão também são completamente diferentes quando nos referimos ao ambiente aeroespacial”, explica Luiz Hargreaves, coordenador do curso de pós-graduação em enfermagem aeroespacial da Unyleya, Instituição de ensino superior pioneira em EAD no país.

Recentemente, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aprovou a nova Resolução que normatiza a atuação do enfermeiro na assistência direta e no gerenciamento Pré-Hospitalar Móvel e Inter-Hospitalar em veículo aéreo. A resolução 656/2020 foi elaborada pelo Grupo de Trabalho Aeromédico do Cofen que é composto por enfermeiros de voo civis e militares de diversas regiões do país. Conforme a medida, para o exercício da atividade operacional ou para exercer a função de responsável técnico do serviço, o enfermeiro deverá possuir pós-graduação lato sensu em Enfermagem Aeroespacial ou possuir título emitido por sociedade de especialista, também em Enfermagem Aeroespacial. Para os enfermeiros de voo e responsáveis técnicos do serviço de enfermagem aeroespacial, em exercício, ou que tenham exercido atividade aeroespacial e que não possuam o curso ou o título, terão até 36 meses para cumprir uma dessas exigências.

“A nova resolução traz benefícios não só para os profissionais como também para os pacientes aerotransportados, que terão um atendimento mais qualificado”, finaliza Luiz.

O Cofen também publicou a Resolução 651/2020, que autoriza o registro de títulos sem o código de autenticação do Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec) do Ministério da Educação (MEC), para os cursos iniciados até 31 de dezembro de 2021. O documento visa evitar prejuízo aos profissionais de nível médio, para os quais o sistema ainda não está disponível.

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Redação

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