Quando se está adoecido, a tolerância ao barulho é bem menor. Com foco nisto, o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), de Jundiaí (SP), por meio de seu Time de Humanização, dá início à “Campanha do Silêncio”. O objetivo é orientar colaboradores, familiares e visitantes sobre a importância de manter o silêncio no ambiente hospitalar, prezando o bem-estar dos pacientes e equipes de profissionais.
A ação inicial inclui a orientação verbal às equipes multiprofissionais e entrega de bottons estilizados. “Esta é uma das primeiras ações para que a cultura do silêncio se dissemine por toda a instituição”, diz Viviane Rasera, presidente do Time de Humanização. “E para que isso seja possível, cada um precisa fazer a sua parte. A ação é do time, mas a responsabilidade é de todos”, destaca.
Lucimeire Alves, dona de casa que acompanha o marido durante a internação, elogia. “O silêncio é também um remédio. Se a pessoa tem paz, fica menos estressada e colabora mais com o tratamento médico. As visitas também devem colaborar. Parabéns pela iniciativa”, diz.
A colaboradora Dora Moron, secretária clínica, que trabalha no hospital há 19 anos, diz que é a primeira vez que a instituição investe numa ação como esta. “Acho o silêncio muito importante para nós que trabalhamos aqui, especialmente em função de atividades que exigem concentração, e para que os pacientes possam se recuperar melhor. A iniciativa é um estímulo ao respeito e educação”, enfatiza.
Prejuízos
Para os pacientes, o alto nível de ruídos prejudica as defesas do organismo, causa ansiedade, acelera os batimentos cardíacos, gera cansaço, insônia, diminui a resistência à dor e prejudica o equilíbrio psicológico. Além disso, pode diminuir a confiança no tratamento médico.
Entre os profissionais de saúde, o ruído excessivo aumenta os riscos ocupacionais, compromete o desempenho das atividades, reduz os níveis de concentração e gera um ambiente tenso e estressante.
Sendo assim, cada um pode colaborar para reduzir os sons no ambiente hospitalar. De modo geral, existem ruídos de monitores, respiradores, oxigênio, conversas entre profissionais de saúde e interfones. Porém, há aqueles sons que podem ser evitados, tais como falar alto, uso de celular, calçados que produzem ruídos e falta de cuidado ao manipular portas, gavetas e equipamentos. A recomendação é válida para colaboradores e visitas de pacientes. Aos motoristas que circulam na região do hospital, a dica é não buzinar.
Recomendações
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os níveis de som dentro de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), por exemplo, não devem ser maiores que 35 dB (decibéis). Para se ter uma ideia, o simples gesto de fechar uma cortina alcança 77 dB, um telefone tocando chega a 65 dB e conversas a 62 dB. Dentre as próximas ações do HSV está a medição destes índices em suas unidades de internação.
Campanha segue
As atividades da “Campanha do Silêncio” do HSV seguem com cartazes de alerta e mostra fotográfica que registra colaboradores do próprio hospital fazendo o sinal de silêncio. As imagens foram instaladas no painel “Árvore da Vida”, no corredor de acesso ao setor de quimioterapia.