A pandemia da Covid-19 trouxe desafios para todos os setores da sociedade. Para os residenciais geriátricos, o cenário foi bastante complexo, em virtude da população atendida: idosos, muitas vezes com comorbidades, com maiores riscos de agravamento caso contraíssem a doença. Nas chamadas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), o Coronavírus gerou necessidades de adequação das estruturas e maior atenção aos pacientes, que tiveram de lidar com a distância de seus familiares.
“Tem sido um período muito desafiador. Todos nós, profissionais desses espaços e residentes, tivemos de mudar rotinas, rever conceitos, mas sempre pensando no bem-estar de cada um”, afirma Marcos Cunha, coordenador do Núcleo de Residenciais Geriátricos – Moderna Idade do SINDIHOSPA (Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre). Com papel ativo na proteção dos idosos, esses estabelecimentos agora desempenham importante papel na vacinação contra o Coronavírus, iniciada em janeiro. Se a luz no fim do túnel da pandemia começa a surgir, o segmento ainda terá uma série de questões pela frente a debater, todas elas ressaltadas pela Covid-19.
Essas discussões estarão no centro do primeiro Fórum Nacional de ILPIs Privadas, que tem como objetivo discutir o papel dos residenciais geriátricos na pandemia e na saúde. O evento, promovido pelo Moderna Idade, é destinado aos empresários, profissionais e interessados no setor, e acontecerá de forma online, no dia 16 de abril. Especialistas nacionais participarão do encontro, debatendo temas como legislação, fiscalização, novos tipos de moradia, marketing para público 60+, rotinas e manejo dos hóspedes.
O presidente do Sindicato, Henri Siegert Chazan, destaca que o Fórum busca contribuir para “melhorar a prestação de serviços e de encontrar soluções conjuntas entre as entidades, ainda mais nesse momento que estamos enfrentando”. Ele ressalta o papel que os residenciais tiveram ao longo de toda a pandemia: “em linha com as secretarias municipal e estadual de Saúde, auxiliamos na criação de protocolos para aprimorar o atendimento e reduzir os riscos do vírus alcançar os idosos”. Recentemente, o Moderna Idade indicou a primeira idosa a ser vacinada contra a Covid-19 no Rio Grande do Sul, Eloísa Gonçalves Born, de 99 anos, que já recebeu as duas doses da CoronaVac. Além disso, o núcleo apoiou a Prefeitura de Porto Alegre no cadastramento das ILPIs para a vacinação de seus moradores e profissionais.
Durante o fórum, será formalizado um documento com as deliberações do encontro, o qual será enviado aos órgãos competentes na esfera federal. Também está confirmada a participação do secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Antônio Costa. As inscrições podem ser feitas pelo site eventos-sindihospa.com.br/evento/forum-nacional-das-ilpis
Idosos não registram qualquer reação adversa com segunda dose da CoronaVac
A segunda dose da vacina contra a Covid-19, aplicada na semana passada nos idosos hospedados no Residencial Club Leger, não registrou qualquer reação adversa. Segundo Simone Henriques, geriatra da instituição localizada em São Paulo, o uso da CoronaVac, desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a fabricante chinesa Sinovac, demonstrou-se inteiramente seguro em relação aos pacientes da terceira idade.
“A gente tem observado em outros idosos, que receberam a vacina da Oxford/AstraZeneca, algumas pequenas reações, dentro do grau de segurança que registramos em outras vacinas para gripes. Aqui no Residencial, que recebeu doses da CoronaVac, felizmente nem mesmo esses efeitos normais foram identificados”, relata Henriques.
Ela alerta que, em caso de reações locais, ou seja, no ponto onde a vacina foi aplicada, deve-se evitar colocar qualquer tipo de remédio. “Em caso de febre, a pessoa pode tomar uma medicação normal para este tipo de ocorrência. Caso haja uma reação mais forte, melhor procurar atendimento médico. Lembrando que essas reações são normais às vacinas. E esses são procedimentos usuais em qualquer tipo de cobertura vacinal”, explica a médica do Residencial Club Leger.