A importância da espiritualidade na Oncologia

Atualmente o câncer é uma das principais causas de morte da população em geral. No Brasil, ele perde apenas para as doenças cardiovasculares, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), sendo em alguns países a primeira causa. Tanto a incidência quanto a mortalidade vêm aumentando devido ao aumento populacional, envelhecimento e desenvolvimento socioeconômico. A estimativa para 2020 foi de 19.3 milhões de novos casos e 10 milhões de mortes por câncer no mundo. No Brasil, a estimativa para cada ano do triênio 2020-2022, é de 625 mil casos novos.

“Ter um diagnóstico de câncer leva o paciente a olhar para seu interior, ou seja, começam os questionamentos sobre a vida, sobre Deus, sobre propósitos, sobre a morte. Diversos estudos sugerem a importância da religião e da espiritualidade para superar o sofrimento psíquico”, afirma a oncologista clínica do IBCC, Dra. Haila Mutti.

Ainda segundo a médica, o bem estar espiritual foi associado a um menor estresse. Em algumas fases da doença, como por exemplo decisão de tratamento, progressão e na terminalidade a demanda espiritual aumenta, e uma atenção maior nesta área é fundamental para reduzir o impacto negativo do câncer na qualidade de vida do paciente. “Acontece também de alguns pacientes encontrarem maior significado em sua fé, outros passarem a questionar sua relação com Deus. É importante abordar as diversas esferas do paciente oncológico como o corpo, a mente e a alma, assim como entender que há um tempo para o processo de aceitação de uma “nova realidade” e usar o máximo de ferramentas para ajudar no enfrentamento do diagnóstico e do tratamento do câncer”, complementa a oncologista.

Há 37 anos a Pastoral da Saúde foi oficializada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para ser instituída em dioceses no Brasil. Ela surgiu com o compromisso de evangelizar com um novo ardor missionário e informar a população sobre o cuidado com a saúde. No IBCC, o setor tem por finalidade realizar um conjunto de ações que visam o bem-estar completo do paciente, de seus familiares e dos profissionais da saúde de todos os níveis da Instituição, de acordo com Padre Paulo Aniceto. ”A Pastoral da Saúde tem como papel levar ações evangelizadoras de acolhimento ao enfermo e promover, cuidar e educar sempre defendendo a vida humana. Ela atua nas dimensões solidária, que compreende o nosso trabalho aqui em hospitais, a atuação comunitária que conscientiza a sociedade sobre os cuidados com a saúde e a atuação político-institucional, voltada para acompanhar os projetos políticos destinados à saúde. É a ponte para que a Igreja converse com a sociedade na chamada cultura do encontro”, afirma.

O IBCC busca resgatar aspectos fundamentais da espiritualidade Camiliana, na pessoa de Camilo de Lellis o Santo dos doentes e profissionais da saúde, em que o cuidar é uma obra de arte que une a ética, estética, amor e beleza. Por se tratar de uma doença ainda vista como um tabu pela sociedade, muitas vezes associada ao fim, a prática da fé e da espiritualidade em instituições oncológicas costuma ser mais intensa, sendo uma demanda dos próprios pacientes e familiares que querem ter momentos de presença com Deus e de oração. “Fé é algo que não podemos mensurar e cada um tem à sua maneira. Praticar a espiritualidade para quem tem essa fé, independentemente de sua religião, interfere no intangível, ou seja, nas emoções”, declara o Capelão.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.