Lesões no tornozelo representam motivo mais frequente para atendimentos emergenciais

É estimado, através de estudos, que ocorra uma torção de tornozelo para cada dez mil habitantes por dia. A articulação do tornozelo sustenta todo o peso do corpo, faz a interface entre a perna e o solo e, na prática de esportes, frequentemente é acometida por torções. A entorse é considerada o motivo mais frequente para atendimentos emergenciais e, muitas vezes, está associada a lesões mais graves que podem requerer cirurgia, como no caso do astro do basquete LeBron James. Após lesionar o tornozelo em partida disputada no último dia 20, a previsão é de que o atleta ficará inativo por um período em torno de seis semanas.

Outro caso de lesão envolvendo a articulação do tornozelo é o da skatista Rayssa Leal, conhecida como Fadinha, vice-campeã mundial da modalidade street em 2019. A jovem, que é candidata ao pódio nas Olimpíadas de Tóquio, anunciou em suas redes sociais, na quinta-feira (25), que sofreu torção no tornozelo direito e ficará alguns dias em repouso até se recuperar.

O presidente da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), Dr. José Antônio Veiga Sanhudo, explica que a entorse do tornozelo pode ser uma lesão grave e deixar sintomas para o resto da vida, principalmente se não tratada adequadamente. “Estima-se que pelo menos 10% dessas lesões evoluam com sequelas, especialmente quando o tratamento é negligenciado”, ressalta.

Quando uma entorse de tornozelo acontece, um ou mais ligamentos no lado interno ou externo (mais comumente) sofreram estiramento, ruptura parcial ou ruptura total.

A gravidade da lesão varia de acordo com o grau de ruptura das estruturas ligamentares e é classificado de I a III.

Grau I – leve (distensão): ligeiro estiramento dos ligamentos, com formação de edema e presença de dor.

Grau II – moderado: ruptura parcial dos ligamentos e instabilidade da articulação, com presença de edema e rigidez na movimentação. Dor de intensidade moderada.

Grau III – grave: ruptura total dos ligamentos e muita instabilidade no pé, com grande dificuldade para manter-se em pé e dor intensa.

O presidente da ABTPé salienta que a entorse do tornozelo compreende graus variados de lesão ligamentar, que via de regra cicatrizam bem, mas que se não imobilizadas e supervisionadas por um especialista, muitas vezes cicatrizam alongadas, sem a tensão adequada, o que, na maioria das vezes, provoca instabilidade articular, com perda da segurança, falseios e entorses de repetição.

“Ao sofrer uma entorse no tornozelo, o ideal é passar por consulta com um especialista para uma avaliação correta da gravidade da lesão. Muitas entorses são tratadas sem orientação médica adequada e o indivíduo acha que ficou curado até notar que o seu tornozelo não é mais o mesmo”, fala o especialista.

O médico esclarece que o tratamento da lesão, que antes envolvia longos períodos com bota gessada, hoje é, na maioria das vezes, realizado de forma funcional com imobilizações elásticas que bloqueiam alguns movimentos, mas permitem caminhar com uso de calçados regulares. “A duração do tratamento é de 6 a 12 semanas habitualmente e, quase sempre, envolve uma fase inicial de imobilização funcional, seguida de reabilitação”, conclui Dr. Sanhudo.

Redação

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