Hospital da Criança Santo Antônio apresenta nova ambientação inspirada na obra de Mario Quintana

Foto: Pietro Magnus Bittencourt de Melo

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS) inaugurou na sexta-feira (23) os novos espaços que integram o seu Hospital da Criança Santo Antônio. Áreas como hall de espera, UTIs e andares de internação clínica foram totalmente remodelados, com o objetivo de tornar as idas ao hospital uma experiência mais lúdica e interativa para suas crianças e adolescentes em tratamento, ampliando espaços e dando mais conforto na ambientação e, ainda, contribuir para o enfrentamento – na maioria das vezes – de momentos difíceis.

Entre as modificações que foram feitas especialmente pensadas para o seu público infantil, estão desenhos produzidos pelo artista plástico Gusco, seguindo a temática já utilizada pelo hospital, inspirada nas obras do poeta gaúcho Mario Quintana, especialmente no livro “Lili Inventa o Mundo”, onde os poemas envolvem o mundo imaginário de uma menina de sete anos de idade que descobre o universo ao seu redor de forma divertida e intuitiva. Ainda, no hall principal, também foi criado um cantinho especial para as crianças, com televisão, estante de livros e nichos na parede – onde elas poderão entrar e sentar-se. Tudo feito pensando no bem-estar dos pequenos, para minimizar o desconforto e até mesmo o nervosismo na hora de ir ao hospital. O diretor do Hospital da Criança Santo Antonio explica que a execução do projeto trouxe a ideia de tornar o Santo Antônio um “hospital que não se parecesse com um hospital”, por isso, foram utilizados elementos que o deixassem com um aspecto mais acolhedor e colorido: “Queremos que as nossas crianças e adolescentes, que buscam no Santo Antônio o restabelecimento da sua saúde, sintam-se extremamente confortáveis e à vontade em nossos espaços, fazendo com que o fator do ambiente em que estejam  inseridos seja o mais positivo, dentro do possível, e que levem daqui a lembrança de um lugar acolhedor e feito especialmente para elas”.

No corredor que dá acesso à principal entrada do hospital, as crianças e adolescentes em tratamento são recebidas pela Lili e seus amigos: Cris, Pedro, Beco, Greg, Lucas, além da a cachorrinha Finoca. Os personagens foram criados pelo artista plástico Gusco para aumentar o foco e dividir a atenção com a personagem principal, todos vestidos com roupas do dia a dia, exercendo atividades do cotidiano infantil, tais como apreciando uma história em um livro, andando de balanço ou brincando na natureza. O cenário ao redor é ambientado em um parque da cidade de Porto Alegre. No centro do painel, a personagem Lili dá boas vindas ao público de mãos dadas com o Castor Heitor, mascote do Hospital da Criança Santo Antônio, tendo seus amiguinhos – a Dona Coruja, o Coelho Alfredo, o Macaco Maneco, o Urso Golias e a Tartaruga Junior – espalhados pelo cenário fazendo parte da apresentação.

No ambiente a seguir – o hall de entrada – após passar por uma imagem de Santo Antônio estilizada em pop art, vestindo a sua oração como um manto, o público adentra, especificamente, na imaginação de Lili. Uma princesinha que vive num mundo de faz de conta e, através de seu sonho, uma lata de sardinha vira um avião, faz amizade com crianças coloridas, conversa e inventa apelidos para animais que encontra no caminho e vive aprendendo e se divertindo com a máxima: “a vida não basta apenas ser vivida, precisa ser também sonhada”.

Neste mesmo andar, na área onde ficam os consultórios, os pacientes entram na Galeria de Arte da Lili, onde o poeta Mario Quintana expõe que “todas as artes são manifestações diversas da poesia”. Neste ambiente, estão 12 das mais diversas formas de expressão artística existentes, desde a pintura e a dança, até a gastronomia ou a moda, onde a turma aparece caracterizada conforme a porta do consultório escolhida para entrar.

No quarto andar do hospital, através da poesia “E Nosso Senhor era ali que morava, por trás das estrelas cuidando o seu mundo…” Lili apresenta a UTI do hospital ambientada no Rio Grande do Sul, onde 30 animais nativos da região são dispostos, um em cada box de internação, transformando o andar em um agradável ambiente de Mata Atlântica e dos Pampas. Lá, a turma da Lili está caracterizada com trajes típicos gaúchos, em um espaço ambientado por paisagens do bioma gaúcho, bem como, por imagens de pesquisadores e biólogos no ambiente da Mata Atlântica.

No sétimo andar, onde está localizada uma das unidades de internação clínica do Santo Antônio, Lili e seus amigos, vestidos de mergulhadores, se aventuram em uma expedição ao fundo do oceano, descobrindo e conhecendo 20 animais dos mares, seus hábitos e características, tendo como ambiente uma estação submarina, baseada na poesia “Sou o dono dos tesouros perdidos no fundo do mar… só o que está perdido é nosso para sempre…”. Já no andar acima, em outra unidade de internação, uma poesia dá boas vindas a todos, demonstrando se tratar de uma estação espacial:  “Se as coisas são inatingíveis… ora! Não é motivo para não querê-las… Que tristes os caminhos, se não fora a mágica presença das estrelas!”  Neste andar, cada quarto é caracterizado com um planeta do Sistema Solar ou uma constelação importante, e a turma da Lili está caracterizada de astronauta, flutuando no espaço e viajando por aí em seus foguetes e naves espaciais.

Uma outra Unidade de Terapia Intensiva do hospital, localizada no subsolo, finaliza a série de ilustrações e dizeres poéticos espalhados por todo o Santo Antônio. Lá, encontram-se os viveiros, onde 10 pássaros do Rio Grande do Sul são dispostos, um em cada box, tentando trazer um pouco de leveza ao ambiente já tenso, através do Poeminho do Contra, de Mario Quintana: Estes que estão aí atravancando o meu caminho, eles passarão, eu passarinho!”

Para dar vida ao projeto, que teve um custo de R$ 1,1 milhão, a instituição contou com parceiros que projetaram, sem custos, a nova temática do hospital, como os escritórios Cassiano Arquitetos Associados e Zon Design, além dos apoiadores que financiaram as modificações na unidade de pediatria da Santa Casa, que tiveram um custo em torno de R$ 1,1 milhão. Foram patrocinadores os senhores Décio Broilo e Maria Luísa Linck Jardim e os empresários Irineu Boff, da Oleoplan e Flávio Wallauer, da Agrogen.

O Hospital da Criança Santo Antônio realiza, por ano, a média de 140 mil consultas, mais de seis mil cirurgias e 10 mil internações, e é referência em tratamentos e procedimentos de alta em todas as especialidades pediátricas. Em torno de 70% do seu volume assistencial é direcionado aos pacientes usuários do Sistema Único de Saúde.

Redação

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