Cresce o número de médicas que querem se especializar em cirurgia do quadril

A cirurgia de quadril, especialidade ortopédica na qual até recentemente só havia médicos do gênero masculino, está se tornando a opção para crescente número de mulheres. Apenas este ano, a Sociedade Brasileira de Quadril registra a presença de seis médicas de São Paulo, Rio de Janeiro e de Minas Gerais que estão se especializando em cirurgia do quadril nos serviços credenciados pela SBQ.

O diretor científico da sociedade médica, Ricardo Horta, lembra que a primeira médica que passou na prova de título para especialista em quadril foi Rostanda Marti Meirelles, gaúcha de Jaguarão que se especializou na UNIFESP, em São Paulo. “Ela se tornou associada da SBQ em 2013”, diz ele. “A opção pela especialidade seria por conta do que considera gratificante, pois uma das características da cirurgia do quadril é ter resultados muito positivos e devolver a qualidade de vida aos pacientes”, afirma.

Cinco anos depois da chegada de Rostanda, a Sociedade Brasileira do Quadril saudou a chegada de uma segunda ortopedista especializada em quadril, a também gaúcha Soraya Melina Alves. Nos anos seguintes, mais quatro médicas se somaram aos mais de 600 especialistas em quadril que trabalham em todos os estados brasileiros.

Este ano, porém, ao serem abertas as quase 60 vagas para médicos que querem se preparar para a prova de titulação da SBQ, mais de 10% foram preenchidas por especialistas do gênero feminino. São elas: Samira, do Hospital das Clínicas de Teresópolis, Thayanne, da Santa Casa de Belo Horizonte, Débora, do Hospital Ortopédico de Belo Horizonte, Evelyn, da Escola Paulista de Medicina, Kelly Cristina, do Hospital Regional de São José dos Campos e Camila, do Hospital Ipiranga, de São Paulo.

O presidente da SBQ, Giancarlo Polesello, comemora o fato de mais médicas optarem pela cirurgia do quadril. “Elas virão reforçar o grupo de especialistas na área”, diz. “Por outro lado, esse número continua pequeno, haja vista a crescente de pacientes que precisam do especialista em quadril, seja por causa de traumas, entre os quais destaca os acidentes de motocicleta, seja devido à osteoporose, cuja incidência é alta e resulta em fraturas do fêmur, principalmente em idosos, seja ainda por outras patologias do quadril”, conclui.

Polesello insiste, ainda, que é importante o Brasil contar com mais especialistas nessa área da ortopedia, pois a evolução do conhecimento e os avanços tecnológicos, próteses avançadas e com emprego de novos materiais, por exemplo, tornam muito bom o prognóstico das cirurgias de quadril, devolvendo à vida produtiva e a qualidade de vida pacientes que, uma vez operados, ficam sem sequelas e, principalmente, livres da dor.

Pacientes centenários

O presidente da Sociedade Brasileira do Quadril recorda que, nos últimos anos, foram registradas várias cirurgias de próteses totais do quadril realizadas com sucesso em pacientes com mais de 100 anos, o que comprova a evolução da especialidade.

Redação

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