Covid-19: Internação Domiciliar tem sido uma das alternativas para gestão de leitos

Assistência da equipe médica vai acompanha o paciente após a alta hospitalar

O trabalho da Internação Domiciliar (ID) do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), implantado de forma pioneira 23 anos atrás, tem exercido papel fundamental nesta pandemia Covid-19. O serviço tem garantido a assistência a pacientes que já superaram a fase aguda da doença, mas que ainda necessitam de suporte multidisciplinar e que têm condições de finalizar o tratamento em casa.

De novembro de 2020 até março de 2021, 233 pacientes que enfrentaram a doença e ficaram internados no HSV, já receberam o benefício deste serviço, oferecido para a população de Jundiaí (SP). “O modelo de assistência implantado no HSV para o tratamento da Covid-19 é de excelência, seja durante o período de internação nos leitos do hospital ou no acompanhamento especializado domiciliar. A assistência segue o padrão de qualidade reconhecido do hospital centenário e referência em alta complexidade para toda a região da Aglomeração Urbana de Jundiaí “, comenta o prefeito Luiz Fernando Machado.

“O serviço tem possibilitado a gestão estratégica de nossos leitos. Pacientes em desmame de oxigênio e que já não necessitam de uma estrutura hospitalar para se recuperar, seguem sendo tratados no conforto de seu lar. Em paralelo, aquele leito que estava sendo ocupado, fica vago para outro paciente mais crítico e que necessita do amparo hospitalar”, explica Matheus Gomes, superintendente do HSV.

O serviço é coordenado pela médica Alessandra Pina Mattion e conta com 25 profissionais, entre médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e auxiliares. “Nossa missão é dar continuidade à assistência de qualidade que o paciente recebeu durante a internação no hospital. E isso é feito tanto para pacientes Covid-19 como não Covid-19. A única diferença é que nestes casos seguimos todos os protocolos de paramentação”, explica.

No caso dos pacientes Covid-19 o cuidado envolve o fornecimento de oxigênio, medicações, orientações ao cuidador do paciente, especialmente no que se trata de fisioterapia para a recuperação da forma plena dos pulmões e muito mais. “Percebemos que nosso trabalho vai além do cuidado em termos clínicos, mas também suporte psicológico para o paciente e para a família. Hoje são muitas informações que circulam de forma desordenada e nem sempre verídicas. Em nossas visitas, estabelecemos um vínculo de confiança e assim todos sentem maior segurança em receber orientações de nossa equipe”, relata a médica.

“Quando o paciente está bem do ponto de vista emocional, sua imunidade melhora e isso evita, por exemplo, uma reinternação”, explica. “Desta forma, estamos auxiliando não só na recuperação, mas também contribuído para que tenhamos leitos para todos que precisam de atendimento neste período crítico da pandemia”, diz.

Do total de 166 pacientes em atendimento domiciliar no mês de março, 77% eram pacientes Covid-19. “Este é realmente um trabalho de grande relevância para a saúde de nossa cidade. Nem planos particulares de saúde oferecem essa estrutura de atendimento. Realmente é um serviço humanizado, que busca a efetividade do tratamento prestado a cada um de nossos pacientes”, conclui.

O retorno do trabalho vem em forma de demonstração de carinho. O paciente Sérgio de Andrade Pinheiro, 27 anos, ficou internado no início de março no HSV, após a alta o tratamento seguiu com a equipe ID. “É uma equipe humanizada e competente, meu sentimento é de muita gratidão a esses profissionais e todos que se dedicaram à minha recuperação lá no hospital”, afirma. Com relação a concluir o tratamento em casa, ele relata que a família tem um papel fundamental na recuperação dos pacientes. “Principalmente do ponto de vista emocional, percebo um grande conforto psicológico”, destaca.

Grupo voluntário retoma atividade no Hospital São Vicente

Rosangela e Maria Claudete durante trabalho voluntário

Vacinados, os membros do grupo voluntário “Visita Vicente” retomaram, nesta semana, o projeto de acolhimento do centro cirúrgico no Hospital São Vicente (HSV). As atividades desempenhadas pela equipe foram suspensas no início da pandemia para preservar a saúde dos integrantes, na grande maioria idosos ou do grupo de risco. Os outros projetos como o bazar beneficente e o acolhimento das outras unidades como a do Pronto Socorro de Ortopedia e Unidade Pós-Operatória, continuam suspensos. Atualmente, 25 voluntários retomaram suas funções na instituição.

Antes da pandemia, o acolhimento era feito de forma presencial, em uma sala equipada com um televisor de monitoramento das cirurgias. O familiar aguardava no local e recebia as atualizações por meio dos voluntários. Com a adequação necessária para manter o ambiente seguro, o trabalho está sendo realizado via contato telefônico em uma sala fora da instituição, dentro de um setor administrativo. “Nós ligamos no centro cirúrgico para pegar os dados dos pacientes que estão em procedimento. Logo depois, com o número de telefone informado no prontuário, ligamos para o familiar. É um trabalho que tranquiliza esse parente que está em casa”, explica a voluntária Maria Claudete Feres Sada Machado.

Mesmo afastados, o espirito solidário falou mais alto durante o isolamento dos integrantes, que realizaram ações voltadas ao combate da Covid-19 com o objetivo de continuar ajudando o hospital nessa batalha. O grupo organizou campanhas para arrecadação de alimentos e itens de higiene, enviaram vídeos, áudios e mensagens com palavras de incentivo aos profissionais da saúde, celebraram a Páscoa angariando verba para compra de ovos de chocolate para os funcionários, entre outras ações.

“Eu não via a hora de voltar para o hospital. Decidi ser voluntária pois também fui paciente. Passei por uma cirurgia cardíaca, fui bem atendida e fiquei encantada com o São Vicente. Logo que sai de alta já me inscrevi para ser voluntária aqui. Nós vestimos a camisa da empresa, contribuímos para fortalecer o HSV”, conta Maria.

“Eu gosto do ambiente hospitalar, além de ser um trabalho muito tranquilo. Nós oferecemos, num primeiro momento uma informação, uma ajuda e até um ombro amigo. É muito gratificante”, disse a voluntária Rosangela Azzone.

Redação

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