Hipertensão Arterial Pulmonar: ballet de drones ilumina céu de São Paulo

O céu de São Paulo foi invadido por uma esquadrilha de 20 drones coloridos que formaram, um “ballet” orquestrado com figuras alusivas à doença. Tudo embalado por uma trilha sonora com alcance de até 30 metros do local onde os drones alçaram voo, o Parque Estaiada, na zona sul da cidade.

A ativação faz parte da campanha ‘A Vida Merece um Fôlego’, lançada em novembro de 2020 pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, em parceria com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Casa Hunter e Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e doenças correlatas (ABRAF). A iniciativa visa disseminar informações sobre a Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) informar e engajar sobre a doença que é rara, grave e progressiva e atinge principalmente indivíduos jovens, predominantemente mulheres a partir dos 30 anos e homens com mais de 40.

Os moradores e visitantes das imediações puderam acompanhar a dança de drones de suas janelas e se juntar aos demais brasileiros para assistir a transmissão ao vivo pelo Instagram da Janssen. Entre as imagens que puderam ser vistas no céu estão a sigla da doença, o pulmão e a borboleta, símbolo da campanha, que representa um novo fôlego, um novo começo que os pacientes ganham com o diagnóstico precoce e ao encontrarem e aderirem aos tratamentos adequados.

“Por ter sintomas similares a outras doenças pulmonares, os pacientes podem levar mais de dois anos entre os primeiros sintomas e o início do tratamento, o que impacta substancialmente atividades rotineiras, como trabalhar, estudar e viajar. Em casos avançados da doença, os pacientes podem ficar incapacitados de realizar tarefas simples, como subir escadas e até pentear o cabelo”, explica o Dr. Caio Fernandes, pneumologista da Universidade de São Paulo (USP). Entre os sintomas principais estão falta de ar, mal-estar, fadiga, intolerância a exercícios, vertigem e dor no peito.

A Vida Merece um Fôlego

A campanha lançada em novembro de 2020 leva informação sobre a doença para médicos, pacientes e público em geral para contribuir com o diagnóstico e tratamento adequados da doença. A principal ação da campanha foi uma intervenção urbana realizada no Largo da Batata (SP) com 5 mil borboletas de origamis coloridas, representando pacientes que convivem com a doença no Brasil. Durante a intervenção, mais de 6 mil pessoas passaram pelas borboletas, que teve repercussão nas redes sociais, e que contou com a propagação de informações sobre a doença através de influenciadores, pacientes e o engajamento de personalidades como Cláudia Raia e Rafaela Brites.

Além do “ballet” de drones, o portal da campanha reúne histórias de superação dos pacientes e informações aprofundadas sobre a doença, diagnóstico e tratamento para orientar médicos e pacientes em suas jornadas, ajudando-os a ganhar um novo fôlego para realizar suas atividades, projetos e sonhos.

HAP

É uma doença rara, grave e progressiva que acomete os pequenos vasos sanguíneos da circulação pulmonar. Faz com que as artérias pulmonares (que realizam a comunicação entre coração e pulmões) estreitem, causando o aumento da pressão arterial nos pulmões e a dilatação do coração, podendo resultar em falha cardíaca e morte. Os primeiros sintomas da HAP são leves e comuns a outras condições respiratórias mais frequentes ou conhecidas que limitam a capacidade de respirar, como a asma, por exemplo. Isso dificulta e frequentemente atrasa o diagnóstico. Desde o primeiro sintoma, o paciente pode demorar até 2 anos para receber o diagnóstico correto. Para chegar ao diagnóstico, além da história clínica (sinais e sintomas que o paciente menciona), é necessário realizar testes para avaliar o coração, como ecocardiograma, e o pulmão. Finalmente, o cateterismo cardíaco direito é necessário e fundamental para fechar o diagnóstico. Embora seja mais comum em adultos jovens e em mulheres, a HAP atinge pessoas de todas as idades.

Apesar de não ter cura, a HAP possui tratamentos que podem melhorar os sintomas e a qualidade de vida do paciente, além de conter o avanço da doença. As terapias tradicionais mais usadas são a oxigenoterapia (oxigênio extra para auxiliar na respiração), e medicamentos anticoagulantes, diuréticos e/ou vasodilatadores.

Pós o diagnóstico da doença, o paciente de HAP ainda enfrenta mais desafios em sua jornada de saúde – o acesso ao tratamento adequado. O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da doença de HAP não é atualizado desde 2014, estando defasado em relação a inclusão de novos tratamentos específicos para a doença. Terapia combinada também não faz parte do Protocolo, atualmente apenas o regime em monoterapia é coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo da terapia combinada é trazer o paciente para o quadro de baixo risco e assim prolongar sua vida.

“É de grande importância que ao sinal de sintomas como falta de ar, fraqueza e cansaço, as pessoas busquem seu médico para obter um diagnóstico precoce e avaliem, junto ao especialista, qual o tratamento adequado para seu quadro atual e que ambos (médico e paciente) se empoderem para participarem de uma nova atualização dos tratamentos para a doença disponíveis no Brasil” reforça o Dr. Caio Fernandes.

Redação

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