O Bobath é um tratamento interdisciplinar totalmente dinâmico e funcional, baseado no desenvolvimento neuroevolutivo dos movimentos. Isso quer dizer que sua base é norteada pelos principais marcos motores do desenvolvimento humano, permitindo maior independência e qualidade de vida ao paciente com desordens do sistema nervoso central e periférico como Paralisia Cerebral, o AVC, traumatismo cranioencefálico (TCE), Parkinson, Esclerose Múltipla, Atrofia Muscular Espinhal (AME), Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), etc. Além disso, o conceito Bobath é utilizado também em pacientes com atraso do desenvolvimento neuropsicomotor sem causas aparentes.
A primeira coisa que você deve saber sobre o Bobath é que ele não é considerado um método, mas sim um conceito, já que não fornece um protocolo ou modelo fixo a ser aplicado no paciente, permitindo assim ao profissional desenvolver um plano terapêutico baseado nas habilidades e inabilidades encontradas durante a avaliação. “Dentro deste conceito, cada criança, adolescente ou adulto tem suas necessidades individuais e requer um programa individualizado de terapia. Essa é uma abordagem terapêutica que tem como objetivo a modificação dos padrões anormais da postura e dos movimentos – causados pelas alterações do tônus muscular – , estimulando o paciente a ter padrões motores mais próximos dos normais”, esclarece a Fisioterapeuta Neurofuncional do Centro de Excelência em Recuperação Neurológica (CERNE), Caroline Joaquim de Almeida.
Ainda segundo a Fisioterapeuta, para que esse tratamento funcione é importante que toda habilidade ensinada ao paciente no consultório seja estendida aos demais ambientes de seu cotidiano, seja em casa ou na escola por exemplo, por isso a participação da família também é fundamental. “Após a avaliação pela equipe médica, nós começamos o tratamento com base nas necessidades daquele paciente, mas para que ele funcione adequadamente, é fundamental que a família esteja envolvida e entenda todo esse processo, já que é ela quem vai auxiliar na continuação dos exercícios Bobath fora da clínica”, complementa.
Não existem contraindicações para o conceito Bobath. Ele é indicado para todas as idades, desde bebês com atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor a idosos com desordens neurológicas. Pode também ser realizado por pacientes que apresentam más formações estruturais, tais como ausência de membros, amputações, agravantes como cegueira, baixa visão, surdez, alterações comportamentais, doenças/síndromes de má formação óssea, como a Osteogênese Imperfeita, por exemplo. Esses fatores não impedem a aplicação do conceito neuroevolutivo, mas limitam alguns manuseios e exigem maiores cuidados e certas restrições.