A ECBC Dra. Maria Aparecida Coelho de Arruda Henry é a primeira cirurgiã agraciada com a honraria, criada faz um ano, em 31 de julho de 2020, pela Comissão de Mulheres Cirurgiãs do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), presidida por Elizabeth Gomes dos Santos, e aprovada em reunião do Diretório Nacional.
Quem a conhece com certa proximidade sabe da justeza da premiação, que, a partir de agora, será outorgada a cada 2 anos. Ainda em tempos que as mulheres não tinham minimamente respeitados seus direitos a voz e vez, Maria Aparecida Coelho de Arruda Henry adentrou ao mundo das pesquisas, notabilizou-se e chegou à gestão da Faculdade de Medicina de Botucatu.
Sem jamais abrir mão de suas cirurgias, formou com maestria uma legião de alunos e de residentes, na condição de professora titular de cirurgia. Aliás, ela foi uma das primeiras professoras titulares de Cirurgia no Brasil.
Tranquila, guardando silêncio e atuando sem alarde, ocupou espaços importantes no universo da Cirurgia, sem nunca perder a simplicidade. É uma mulher que dosa muito bem razão e coração, envolvendo-se com boas causas. Ainda hoje dá aula voluntariamente – on-line e presencial.
“Estou imensamente honrada por ser a primeira cirurgiã a receber o prêmio Angelita Habr Gama. Agradeço à diretoria do Colégio Brasileiro de Cirurgiões – Capítulo São Paulo pela indicação de meu nome para o referido prêmio. Continuarei atuando junto ao Departamento de Cirurgia e Ortopedia da mesma forma, com amor e garra”, comenta ela, realmente emocionada.
Trajetória brilhante
Graduada pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP em 1969, Dra. Maria Aparecida Coelho desenvolveu toda a sua carreira nesta tradicional instituição, na qual várias médicas já tiveram atuação destacada e galgaram as mais elevadas posições acadêmicas e administrativas.
Após a residência Médica em Cirurgia Geral, em 1972, foi integrada ao corpo docente do Departamento de Cirurgia e Ortopedia em regime de dedicação exclusiva, dando início a importante trajetória no curso de graduação, na residência médica e os primeiros passos em pesquisa científica.
Sua linha de pesquisa em distúrbios da atividade motora do aparelho digestivo foi solidamente consolidada. Ela obteve o título de Doutora em 1979 e Livre docente em 1986, com temas relacionados à eletromanometria e pHmetria experimental da junção gastroesofágica.
As aulas ministradas em congressos estimularam a participação de jovens profissionais em suas pesquisas, resultando em 15 trabalhos científicos premiados.
O reconhecimento da sua competência acadêmica permitiu-lhe ser membro do corpo editorial dos periódicos ABCD-Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva e Arquivos de Gastroenterologia.
Graças à excelência de desempenho de suas atividades, conquistou o cargo de Professora Titular de Gastroenterologia Cirúrgica do Departamento de Cirurgia e Ortopedia. Deve ser ressaltado que foi uma das primeiras cirurgiãs brasileiras a alcançar essa posição.
Também integrou o Conselho do Departamento de Cirurgia e Ortopedia, além de ser membro e presidente da Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP.
Atuou com brilhantismo e colaborou em eventos do CBC, como atividades na Regional Botucatu do Capítulo de São Paulo, fundada em 1998, em que exerceu as funções de tesoureira em três biênios, secretária em três biênio e vice-mestre em dois biênios. A Regional atualmente é liderada pela TCBC Claudia Nishida Hasimoto, sua discípula.
O acervo de atividades acadêmicas, desempenhadas em regime de dedicação exclusiva na assistência, pesquisa e ensino (graduação, residência médica e organização de eventos científicos) e mais uma marca da brilhante contribuição da ECBC Maria Aparecida Arruda Henry. Como pioneira e admirada cirurgiã há 50 anos incentiva, ela orienta e serve como modelo na carreira de várias gerações.