Um estudo realizado no Reino Unido, publicado na revista científica Lancet, apontou que metade dos pacientes hospitalizados com a Covid-19 desenvolve pelo menos uma complicação durante a internação, dentre elas as mais comuns são as respiratórias (síndrome do desconforto respiratório agudo), renais (lesão renal aguda), lesão hepática, anemia e arritmia cardíaca.
De acordo com o médico nefrologista, Dr. Thiago Reis, quase metade dos pacientes internados com Covid-19 apresenta algum tipo de lesão renal. “Nos pacientes internados em UTI com quadros mais graves de Covid-19, um em cada cinco necessita do tratamento de purificação sanguínea denominado hemodiálise, indicado para substituir parcialmente a função dos rins”, informa o especialista.
Determinados fatores aumentam o risco para desenvolvimento de injúria renal, sendo a idade avançada, sexo masculino, etnia afrodescendente, e a presença de comorbidades como obesidade, diabetes e hipertensão, os principais deles. E em quase 70% dos pacientes com injúria renal, o fator precipitante é a desidratação. “Durante este período é comum a presença de sintomas da Covid-19 como febre, falta de apetite, vômitos e diarreia, que contribuem para perda de líquidos e consequentemente para quadros graves de desidratação”, explica Reis. Além disso, a resposta inflamatória exagerada do organismo à infecção viral, chamada sepse viral, também afeta negativamente a função dos rins, sendo responsável por 20% dos quadros de injúria renal.
Atualmente, existe um tratamento inovador para os pacientes mais graves que necessitam do suporte com hemodiálise, chamado de hemoperfusão. Essa modalidade de purificação sanguínea é realizada em conjunto com a hemodiálise, mas tem a particularidade de conseguir remover do sangue citocinas, que são moléculas envolvidas na resposta inflamatória ao vírus. Nos quadros críticos de Covid-19 e sepse viral, há uma liberação exagerada de algumas citocinas pelas células do sistema imunológico, a chamada tempestade de citocinas, que quando em excesso, podem causar lesões em diferentes órgãos como pulmões, coração, fígado e rins. “A remoção das citocinas durante o tratamento de hemoperfusão reestabelece o equilíbrio imunológico, habilitando o organismo a combater de forma eficaz o vírus”, conclui o médico.
Pacientes previamente com graus avançados de doença renal crônica, sejam dialíticos ou transplantados renais, têm a probabilidade de desenvolvimento de quadros graves de Covid-19 exponencialmente maior do que em indivíduos saudáveis. Por isso, a vacinação contra o vírus é uma medida de extrema importância para reduzir os casos mais graves.
Para os pacientes que desenvolveram problemas nos rins durante a internação por Covid-19, é fundamental o acompanhamento especializado com nefrologista. Alguns pacientes podem precisar manter o tratamento iniciado no hospital, de substituição renal: dialise peritoneal, hemodiálise e até o transplante renal.
A Baxter, empresa com amplo portfólio de produtos renais e hospitalares essenciais, em decorrência da pandemia acelerou o processo de registro e importação de bombas de infusão – indispensável para infusão de medicamentos intravenosos na UTI, além da produção de soluções para terapia renal substitutiva contínua, que tem sido muito utilizada em pacientes graves da Covid-19.