Agosto Dourado: apoio ainda na maternidade ajuda no sucesso da amamentação

Dr. Abimael Aranha Netto. Foto: Matheus Campos

Amamentar é o sonho de grande parte das mulheres que se tornam mães. Entretanto, nem sempre isso sai como o planejado. A jornalista Ana Carolina Barros, de 35 anos, por exemplo, deu à luz ao filho Pedro, hoje com sete meses, e a amamentação tem sido um processo de resiliência. “Logo que meu filho nasceu, tive dificuldades. Doía, meus seios ficaram fissurados, a mama emperrou. Procurei por uma especialista no assunto, acertamos a pega e, só depois disso, pude amamentar com mais tranquilidade”, conta Ana Carolina.

A importância do apoio ainda na maternidade ajuda a mais nova mamãe a ter uma amamentação de sucesso. A equipe de enfermagem do Vera Cruz Hospital, de Campinas (SP), compreende que assim como o bebê, a genitora também precisa de cuidados, apoio e alguém que lhe passe segurança para ela se desenvolver como mãe. “E é isso que a equipe de enfermagem, dia após dia, proporciona. Este apoio inicial, tão importante no início desse caminho cheio de aprendizados, que é o da amamentação. Orientamos a pega, a massagem para a descida do leite, a ordenha, a posição para amamentar, entre outras dúvidas que surgirem”, explica a enfermeira especialista em Saúde da Mulher do Vera Cruz Hospital, Izabela Fernandes Bertolotto.

Segundo o médico neonatologista do Vera Cruz Hospital, Abimael Aranha Netto, o leite materno é o melhor alimento para os bebês, pois supre todas as necessidades nutricionais até os seis meses de idade, sem a necessidade de outros alimentos. “O aleitamento materno protege a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de evitar o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta”, exemplifica.

O leite materno é um alimento completo, pois tem a composição nutricional balanceada para otimizar o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança. “Sua composição fornece a água necessária para manter o bebê hidratado e se encontra na temperatura certa para ser ingerido. Ela também favorece o desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando a evolução da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na dentição”, adiciona.

Além disso, o aleitamento materno é um forte indutor da criação do vínculo afetivo entre mãe e filho. “Há também estudos que sugerem que as crianças amamentadas ao seio são mais tranquilas do que as que recebem fórmulas lácteas”, conclui Netto.

Alimento que salva vidas

Dados da ONU reforçam a importância do aleitamento. Se todos os bebês fossem amamentados nos seus dois primeiros anos, seria possível salvar a vida de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos no mundo, todos os anos. Segundo o Ministério da Saúde, a amamentação é a forma mais eficiente na redução das taxas de mortalidade de crianças desta faixa etária: 13%. O órgão ainda recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida, mesmo nas mães com casos confirmados de Covid-19.

A enfermeira Izabela Fernandes Bertolotto reitera a força do leite materno como o alimento mais completo para os bebês, pois hidrata, nutre e protege desde a primeira hora de vida. “Amamentar auxilia a mãe na contração uterina, na prevenção de hemorragia, reduz o risco de câncer de mama e ovários, além de diversos outros. Para o bebê, a amamentação contribui em seu desenvolvimento neurológico, facial e emocional, além de proporcionar proteção contra infecções, pois o leite materno possui imunoglobulinas que são ingeridas pelo bebê no momento da amamentação”.

Agosto Dourado

O Agosto Dourado é o mês de incentivo à amamentação e dados do Ministério da Saúde apontam a importância desse estímulo. Os índices nacionais do aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de seis meses aumentaram de 2,9%, em 1986, para 45,7% em 2020. Já o aleitamento para crianças menores de quatro anos passou de 4,7% para 60% no mesmo período.

Covid e vacinação

A Sociedade Brasileira de Pediatra recomenda que, durante a amamentação, a mãe confirmada/suspeita ou com contatos domiciliares que apresentem quadro gripal deve implementar medidas de higiene adequadas, incluindo a higienização das mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos e o uso de uma máscara para reduzir a possibilidade de espalhar gotículas que possam contaminar o bebê ou a criança.

Além disso, lactantes vacinadas contra a Covid-19 não precisam interromper o aleitamento materno por conta do imunizante, uma vez que não há evidências de riscos para a saúde do bebê, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A doação de leite materno também é permitida.

Redação

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