A alta procura por cloroquina, hidroxicloriquina, azitromicina, colchicina e tocilizumabe e o uso indiscriminado tem prejudicado o abastecimento desses remédios nas redes pública e privada de saúde.
Segundo pesquisas da BioRede Brasil Medicamentos Biotecnológicos, por exemplo, 95% dos pacientes que possuem doenças reumatológicas fazem uso da hidroxicloroquina, e hoje 84% deles tem dificuldade de encontrar o medicamento, especialmente fora dos grandes centros urbanos. O estudo demonstrou ainda que o gasto médio com a medicação antes da pandemia era de R$ 100,00, hoje é de R$ 450,00.
“Pacientes em acompanhamento de doenças reumáticas, como os pacientes com artrite, lúpus, gota foram os mais afetados pela falta de medicamentos durante a pandemia. Medicamentos os quais o uso entrou em discussão no tratamento da covid-19 como a hidroxicloroquina, colchicina, tocilizumabe. O que prejudicou o tratamento crônico e regular destes pacientes e o controle da doença de base”, ressalta Dra. Bruna Giusto Bunjes, especialista na Cobra Reumatologia.
Em abril, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou a prioridade dessas medicações às Pessoas com Doenças Crônicas durante a epidemia da SARS-COV-2, com o intuito de minimizar o desenvolvimento de comorbidades e óbito.
A importância dessa recomendação é o que acontece com o paciente reumatológico quando não pode dar continuidade ao tratamento. E para que a sociedade entenda um pouco e ajude na disseminação das informações corretas, a Dra. Bruna Giusto Bunjes fala sobre os efeitos da falta de uso do medicamento.
– As dores podem retornar de forma mais grave;
– A doença que estava em remissão pode entrar em atividade;
– Para começar novamente o tratamento, o paciente sairá da estaca zero muitas vezes;
– Efeitos colaterais por uso indiscriminado de outros medicamentos na tentativa de alívio da dor;
– Abuso de anti-inflamatórios, analgésicos e corticoides para controle das dores;
– Necessidade de medicamentos mais fortes, por não haver outra opção no momento, para controle da doença;
– Preços maiores e mais abusivos dos medicamentos devido a concorrência ao medicamento;
– Falta de outros medicamentos secundários para suprir a falta dos primeiros recomendados.